SERGIO MAESTRELLI
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  • Foto do escritorJORNAL PANORAMA SC

SERGIO MAESTRELLI

CAMELÔ


No último dia de setembro, em seu refúgio de décadas, ele silenciosamente deu adeus a todos os seus familiares e amigos.

Nas orações de corpo presente, Padre Valdemar Carminatti, o bergamasco, fez uma linda reflexão sobre a vida passageira e sobre a eternidade.

Disse ele: “Quando alguém parte de nosso meio para outra dimensão, sempre nos vêm à mente e ao coração a pergunta intrigante: Afinal o que é a vida?”.

Osmar César Delayti, o Camelô, nasceu em 03 de novembro de 1948, em Curitibanos e havia herdado na certidão o nome de seu pai, o nosso eterno delegado de polícia de Urussanga, o Tenente Osmar Delayti.

De Curitibanos, a família Delayti (Osmar, Alair, Romeu, César, Hamilton e Vânia) veio para Urussanga em 1954 e fixou residência adivinha onde?

É claro, na Rua do Sapo. Mas de onde vem o apelido “Camelô”?

Há duas versões e uma complementa a outra. Segundo alguns, o apelido veio do seu estilo de dividir tudo com todos. Segundo a sua irmã Vânia, amiga e colega do Colégio Marista, o apelido veio após o filme “O Camelô da Rua Larga”, estreado em 1958, com o ator, músico e comediante Zé Trindade.

O filme retrata a vida de um camelô que vivia fugindo da Rapa (Polícia) e da dona da pensão onde morava, pois sempre vivia em dificuldades financeiras. Vários amigos prestaram belas homenagens. Vicente De Bona Filho o definiu como “Ontem um amigo, hoje uma história. Marcante e notória a sua inteligência, o seu senso de justiça e a sua fidelidade aos amigos verdadeiros e que Deus o acolha em sua casa”. Chula Santos ressaltou uma amizade fraterna, com infância vivenciada e com partidas de futebol nos dois campos da Rua do Sapo: o campo do UFC e o campo às margens do Rio Urussanga, onde hoje se localiza a Metalúrgica Lavina. O amigo Edson Luiz Maccari ressaltou ser grato pela convivência com o amigo Camelô. Quem melhor definiu o perfil, a pessoa e a essência do Camelô foi seu irmão Romeu, ex-vereador da Rua do Sapo e padrinho de nosso casamento com a Lacy, quando nos afirmou que o Camelô tinha um coração de ouro.

Eu e o amigo Ike convivemos com o Camelô e com o seu amigo paraguaio Farid por um longo período em 1976, em Florianópolis, na Pensão da Nina, na Pensão da Casa Amarela, nas proximidades da Praça dos Bombeiros.

Naquela época, Camelô cursava Direito na UFSC e nós o cursinho Pré-Vestibular Barriga Verde. Coração de ouro sim, dividia tudo com seus amigos.

Como esquecer a cena do Camelô de roupão esbanjando felicidade e espremendo o limão para a caipira. Compartilhava não apenas a caipirinha e o vale almoço do RU (Restaurante Universitário), mas tudo o que estava disponível ao seu lado.

Um dia comentei com ele que estava guardando dinheiro para comprar um LP com músicas de Bangue-Bangue que na época para nós, estudantes, era uma verdadeira fortuna. E ele nos disse: “Não, Serginho, em Urussanga eu tenho um LP de músicas de faroeste do Bobby Solo. Vou te dar de presente”. Este LP, “Canzone del West”, milagrosamente ainda não furou, apesar de ter sido tocado até à exaustão num antigo toca-discos.

Como esquecer da música “Ringo, dove vai?”, ou “Ringo, come to Fight”?, trilha original do filme “100.000$ per Ringo”. Camelô sempre cantava baixinho essa música na pensão florianopolitana. Ontem, escutei essa trilha sonora em sua homenagem.

Romeu teve total razão em definir desta maneira o seu irmão. Os justos nada temerão. O filho de Osmar Delayti e da dona Alair Da Silva Boff, Osmar César Delayti, o Camelô, 73 anos – Curitibanos 03-11-1948- Urussanga- 30-09-2021.


TEMPO DE SER CRIANÇA

O Dia das Crianças é uma data comemorada em diferentes países e em diferentes datas. Em 1923, no Brasil, por iniciativa do Deputado Galdino do Vale Filho, foi instituído o dia 12 de outubro como sendo o dia da Criança, durante o Governo de Artur Bernardes, idêntica data de Nossa Senhora Aparecida, padroeira da nação brasileira. A data passou a ser efetivamente comemorada somente em 1955,com uma campanha da indústria de brinquedos Estrela e da Johnson&Johnson. Já o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) convencionou o dia 20 de novembro para se comemorar o dia das crianças, em virtude de que nesta data, em 1959, foi oficializado a Declaração dos Direitos da Criança. Que cada ser humano consiga viver toda a magia que envolve o período de criança, cujas lembranças ficarão eternizadas em sua mente na vida adulta. Desejamos que o próximo dia 12 seja mágico e que cada criança embale seu sonho infantil, assim como meus netos Eduardo e Antônio embalam seus sonhos numa miniatura de Jeep.


PILULAS


“Quando as coisas não vão bem na sua cabeça, elas não vão bem em lugar nenhum” – Dra. Fernanda Bora, Psiquiatra.

E o Rafael Niero, ao perguntar-me como havia sido o meu dia, sem Whatsapp, sem Instagram, sem Facebook, tendo em vista a pane, o pânico e o apagão nas redes sociais, respondi: “Prejuízos para muitos, mas para mim tudo normal. Nada me afetou. Só fiquei sabendo do problema às 11 horas da noite”.

Pode isso, Arnaldo Contessi?


ATTENTI RAGAZZI


“Onde há alturas, há precipícios” – Seneca, na antiga Roma, ao alertar o imperador. Portanto, tome cuidado você que está ou se acha nas alturas. Não é apenas a Lei da Gravidade que te puxa para baixo.

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