Gustavo é o primeiro prefeito preso e expulso de seu partido
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  • Foto do escritorJORNAL PANORAMA SC

Gustavo é o primeiro prefeito preso e expulso de seu partido

Urussanguenses, acostumados a serem destaque por suas festas e tradições, sentem vergonha do momento que estão vivendo



A Polícia Civil do Estado de Santa Catarina, através da 2ª Delegacia de Combate à Corrupção da DEIC (2ª DECOR/DEIC), deflagrou na terça-feira16/04, a segunda fase da investigação que apura, dentre outras coisas, os crimes de organização criminosa, bem como falsidade ideológica, o uso indevido da renda pública e, ainda, contratação direta fora das hipóteses legais.

Nesta fase, foram presos preventivamente o prefeito Gustavo Cancellier, os vereadores Elson Roberto Ramos - Beto Cabeludo e Thiago Mutini e mais o servidor comissionado Marcial David Murara, o Xixo.

Essas prisões colocaram Urussanga como assunto destaque em páginas policiais de todo o Brasil, com meios de comunicação como Globo, ND+, SCC , blogs e jornais impressos divulgando o triste acontecimento da pacata cidade de 20 mil habitantes, cujo povo, aliás, já está cansado de assistir movimentações policiais no Paço Municipal e de ter que conviver com uma instabilidade política que atrapalha o próprio desenvolvimento social e econômico do município.

Depois da Operação Hera, que afastou por quase um ano o prefeito Gustavo Cancellier e cujas investigações começaram em julho de 2021 visando apurar crimes possivelmente perpetrados no âmbito da Fundação Ambiental Municipal de Urussanga, especialmente os crimes de extravio ou sonegação de documento público, corrupção passiva, prevaricação, crimes ambientais e organização criminosa; os urussanguenses passaram por processos que literalmente abalaram a confiança nos políticos, como as votações para formação de Comissões Processantes para cassar o prefeito Gustavo e também o processo de cassação do ex-vereador Rozemar Sebastião- Taliano.

Agora, já cansado de tantas notícias ruins e desacreditado de quase tudo, o povo de Urussanga assiste este triste momento de sua vida política, onde só resta a certeza de que todos estão sendo testemunhas de um episódio inédito na história da cidade: no qual o prefeito foi afastado por suspeita de formação de quadrilha e desvio de recursos públicos tendo tornado-se réu em processo na Justiça e, agora, juntamente com dois vereadores e um servidor comissionado, é preso também por aquisição de terrenos superfaturados com compra de apoio político na Câmara de Vereadores.

Mas a situação vergonhosa se estende além dos limites do município urussanguense, refletindo-se em toda a região da AMREC, haja vista que Cancellier é o atual presidente da associação destes municípios.

Que tudo isso tenha realmente um fim e a pacata Benedetta possa voltar a sorrir e a respirar ares de desenvolvimento e de felicidade.


1ª Fase Operação Terra Nostra



A primeira fase da Operação Terra Nostra aconteceu na quinta-feira 21 de março de 2024, quando a Polícia Civil do Estado de Santa Catarina, por intermédio da 2ª Delegacia de Combate à Corrupção, cumpriu, em Urussanga, dezenove mandados de busca e apreensão, assim como o sequestro de valores de, aproximadamente, R$ 1,3 milhão a fim de garantir eventual ressarcimento ao erário.

Após autorização concedida pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina, por intermédio da Desembargadora Cinthia Beatriz da Silva Bittencourt Schaefer, a Polícia Civil de Santa Catarina instaurou inquérito policial para apurar a aquisição de terreno, por parte de Executivo Municipal, com valor, ao que tudo indicava, superfaturado.

O imóvel, em 2023, teria sido adquirido para se destinar a criação do parque industrial III. Todavia, conforme apurado, o município possui, na mesma localidade, os parques industriais I e II, sendo que o primeiro parque tem lotes disponíveis para cessão de uso desde 2019, enquanto que o segundo não se encontra nem com as obras finalizadas.

Mesmo diante disto, o município adquiriu outra porção de terra com valor, pelo o que vem se evidenciando, com valor superfaturado em mais do dobro.

No decorrer das investigações, constatou-se nova aquisição imobiliária pelo ente municipal. Desta vez sob a justificativa da criação de nova garagem municipal.

Contudo, a investigação apurou que o referido imóvel restou arrematado, em 2021, em hasta pública pelo valor de R$ 55 mil, sendo-o avaliado, em 2021, por perito judicial no valor de R$ 45 mil. Todavia, no início de 2024, restou vendido à municipalidade pelo valor aproximado de R$ 650 mil.

Diante do exposto, evidenciado indícios do uso indevido da renda pública (artigo 1°, II, do decreto lei 201-67) através da aquisição de imóveis com valores, ao que tudo se indica, superfaturado, PCSC representou por mandados de busca e apreensão e sequestro de valores, restando os pedidos acatados pelo Tribunal de Justiça Catarinense após parecer favorável do Ministério Público de Santa Catarina.

As investigações apuram, ainda, eventual falsidade ideológica relacionada ao laudo de avaliação formulado pela comissão de avaliação constituída pelo chefe do executivo que, em síntese, viabilizou a aquisição destes dois imóveis, assim como apura a eventual participação de outras pessoas.

A operação policial contou com, aproximadamente, 70 policiais civis, bem como equipes da Polícia Científica e integrantes da comissão de prerrogativas da OAB.


2ª Fase Operação Terra Nostra


Beto Cabeludo é suspeito de vender apoio político


Na terça-feira desta semana 16/04, a Polícia Civil do Estado de Santa Catarina, através da 2ª Delegacia de Combate à Corrupção da DEIC (2ª DECOR/DEIC), deflagrou a segunda fase da investigação que apura, dentre outras coisas, os crimes de organização criminosa, bem como falsidade ideológica, o uso indevido da renda pública e, ainda, contratação direta fora das hipóteses legais.

No curso do inquérito policial, apurou-se ter sido adquirido dois imóveis com valores superfaturados, sendo tais fatos corroborados através dos trabalhos periciais.

Em razão disto, deu-se cumprimento a quatro mandados de prisão preventiva, nove mandados de busca e apreensão, sequestro de valores e afastamento de servidores da função pública.

Foram presos preventivamente o prefeito Gustavo Cancellier, os vereadores Elson Roberto Ramos- Beto cabeludo e Thiago Mutini e ainda o servidor comissionado Marcial David Murara, o Xixo.

Também foram afastados e proibidos de entrar no Paço municipal os servidores Edson Manoel, Gabriel Damiani e Filipe Echamendi Possamai e, segundo informações da Polícia Civil, os bens retidos para possível ressarcimento ao Município já ultrapassa o valor de R$ 2 milhões.

As penas dos delitos investigados, se somadas, podem chegar a trinta e três anos de reclusão.

Vale registrar que tudo isso teve início com a suspeita de que o vereador Elson Roberto Ramos- Beto Cabeludo, teria negociado apoio político em troca da aquisição de terrenos por parte da PMU.

Segundo as investigações da Polícia Civil, o vereador arrematou o terreno em 2021 pelo preço aproximado de R$ 55 mil e, no início deste ano teria vendido o imóvel para a prefeitura no valor de R$ 643 mil.

Apesar de ser proprietário, o terreno estava no nome de um ex-sócio de Beto Cabeludo, estando inclusive no portal da transparência da prefeitura. Durante as investigações, diversas testemunhas relataram às autoridades que Beto seria realmente o proprietário do lote, tendo ele arrematado e que, inclusive, estava tentando vender nos últimos meses.

O valor superfaturado seria para pagar o apoio político de Beto, já que o vereador era, até o início de 2023, opositor ao prefeito Luis Gustavo Cancellier (PP).

Para quem não lembra, Beto Cabeludo foi um dos responsáveis por fazer a denúncia contra o prefeito Gustavo no Ministério Público Federal sobre más aplicações de recursos públicos, como as obras da rua Sílvio Ferraro, no bairro Da Estação. Também foram seus os discursos mais inflamados contra o prefeito Gustavo Cancellier, chamando-o rotineiramente de Ladrão, 171, Enganador de Imbecis e outros adjetivos que colocavam o alcaide urussanguense na lista das personas non gratas na comunidade.

De repente, fotos em redes sociais e um silêncio no legislativo mostraram que Beto Cabeludo havia virado amigo do prefeito Gustavo, aproximadamente na metade do ano de 2023. O MDB, partido ao qual Beto era filiado, mostrou publicamente seu descontentamento com a mudança de postura do vereador e chegou a emitir Nota Oficial sobre esse assunto.

Nesta ocasião, Beto havia desistido de um recurso especial que pedia o retorno da sequência da Comissão de Inquérito Processante (CIP) que investigava o prefeito Luis Gustavo em relação a possíveis irregularidades do serviço de caminhão-pipa.

Além do lote do Beto, a operação também averiguou a compra de um terreno para a construção do Parque Industrial 3.

As investigações continuam para verificar o envolvimento de outras pessoas. Em todo este imbróglio, destaca-se o trabalho exaustivo da Polícia Científica na elucidação dos fatos, assim como do Ministério Público e do Tribunal de Justiça de Santa Catarina por intermédio da Desembargadora Cinthia Beatriz da Silva Bittencourt Schaefer.


Epílogo


Depois de serem encaminhados ao presídio Santa Augusta, o prefeito Gustavo Cancellier e o vereador Thiago Mutini foram expulsos de seu partido na noite da quarta-feira 17/04.

A decisão da Executiva foi unânime e a declaração pública foi feita pelo presidente local do PP - Gilson Casagrande em entrevista na Rádio Marconi na manhã desta quinta-feira 18/04.

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