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Ex- prefeito do MDB fala da história e avalia atual momento do partido em Urussanga

Piacentini diz que foi procurado por dois Secretários municipais em horário de serviço, para fazer parte de chapa do Diretório



O ex-prefeito de Urussanga, José Vânio Piacentini, compartilhou sua trajetória política e o papel do Movimento Democrático Brasileiro (MDB) na história do município.

Com uma experiência que se estende por décadas, Piacentini destacou as mudanças que ocorreram no cenário político local desde a formação de novos partidos até os desafios enfrentados ao longo de sua carreira.

Piacentini ressaltou a sua identificação com a centro-esquerda e sua participação ativa na política desde jovem.

“Eu estou antes do MDB, porque eu sempre fui de centro-esquerda e sempre tive uma participação na política”, afirmou, enfatizando a importância de suas convicções ideológicas na construção de sua trajetória.


Filiando Padre Agenor

A liderança de Piacentini no MDB foi um marco em sua carreira. Ele presidiu o partido local por 14 anos e participou ativamente da filiação de novos membros em um momento importante para a legenda.

“O Padre Agenor foi o primeiro que assinou, e aquilo foi uma isca positiva, porque ele era uma liderança reconhecida”, explicou, refletindo sobre como a adesão de pessoas influentes fortaleceu o partido. Durante sua presidência, Piacentini enfrentou desafios significativos nas eleições. Ele recordou as dificuldades em encontrar candidatos para cargos de vice-prefeito e como as sublegendas foram fundamentais para garantir a presença do MDB nas disputas eleitorais.

“Nós apresentamos duas sublegendas e ganhamos a eleição”, destacou com satisfação.


Colocado de lado

Apesar das vitórias passadas, Piacentini também abordou os desafios que enfrentou após deixar o cargo de prefeito.

“Deixei de participar porque fui mais ou menos colocado de lado”, lamentou, reconhecendo a complexidade das relações políticas e as mudanças nas lideranças ao longo do tempo.

Piacentini disse que está filiado ao MDB e que sua história se entrelaça com a evolução do partido em Urussanga.

“Participamos e continuamos participando, mas independentemente de qualquer conjuntura que hoje está alocada no partido”, explicou, deixando claro seu compromisso com a política local e suas convicções pessoais.


A atual situação

Figura proeminente do Movimento Democrático Brasileiro (MDB) de Urussanga, Piacentini destacou ainda as suas preocupações a respeito da atual situação do partido.

Segundo ele, o MDB enfrenta um problema de liderança, onde as decisões são tomadas de forma centralizada, sem a devida consulta às lideranças locais que contribuíram para a fundação e a história do partido.

“O MDB sofre um comando, às vezes mandado de cima para baixo, de não discutir e não ouvir as lideranças, de não escutar aqueles que realmente foram ou fizeram parte daquele slogan que se dizia “a chama da vitória”, quer dizer, o partido do MDB, a fundação, o respeito e a dignidade do MDB”, afirmou.

“Na semana passada, eles fizeram uma reunião na casa do Vanderlei, eu fui saber através de comentários na rua, convidaram os ex-prefeitos, que para o MDB de Urussanga atual, os ex-prefeitos são o Johnny e o Vanderlei, não existe mais ninguém. E mais a prefeita Stela, mais o vice Renato, e fizeram a composição do jeito que eles quiseram. Fizeram essa baboseira dessa montagem de diretório”, criticou.


Política no expediente

“No dia seguinte à reunião, para minha surpresa, eu recebo a visita da Sinara e desse Vardinho, que eu nunca tinha falado com ele, dois funcionários públicos, porque estão no cargo de secretário, durante o expediente.

O secretário da agricultura e a secretária de assistência social, durante o expediente, foram em outras casas, foram levar a ficha para assinar, para fazer parte do diretório. Eu não sou otário, eu não sou bobo, por que vocês vêm aqui agora me pegar a assinatura, se eu nem fui convidado a participar?

Nem estou sabendo, eu não tenho nada a ver com isso aí, vocês montam o diretório como vocês querem, agora só não rasguem a história desse partido” afirmou Vânio ao acrescentar que parou de falar aos correligionários por não ser ouvido.

“Isso é estranho, porque isso aí não condiz com aquela abertura ou com aquela certeza que foi programada. Eu não participei da campanha, quero ser bem claro. Votei no MDB, como sempre votei. Não voto fora. Eu sou de centro-esquerda e claro que represento aqui aqueles que querem seguir comigo, que querem estar do nosso lado, não comigo, mas com as lideranças que estão com esse desejo e com esse sentimento. Agora, pregar que nós vamos ter uma linha correta de coisas, não é sair do expediente do serviço público que é pago com o dinheiro público, para vir buscar e coletar assinaturas para a campanha ou para a constituição de diretório”, declarou.


Dignidade histórica

Ele enfatizou que essa situação reflete uma falta de reconhecimento da história e aos fundadores do MDB.

“A dignidade do MDB de hoje não respeita a história dessa gente”, afirmou, ressaltando que muitos dos atuais membros provavelmente desconhecem as contribuições significativas de líderes como os ex-governadores Luiz Henrique da Silveira, Pedro Ivo Campos e o parlamentar Ulisses Guimarães.

“Essa gente não conhece ninguém, mas hoje comanda. Hoje, não vou dizer que são adversários políticos desses companheiros que partiram, mas tem que respeitar a história dessa gente. Eu não participei da campanha, quero ser bem claro, mas votei no MDB, como sempre votei”, afirmou.

De acordo com Vânio, a governança interna do MDB de Urussanga necessita de um diálogo mais aberto e respeitoso entre as diversas gerações dentro do partido.

“O futuro do MDB pode depender da capacidade de suas lideranças em reconectar-se com suas raízes e ouvir aqueles que realmente construíram essa história”, concluiu.

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