Escola Militar - assunto é debatido na Câmara de Urussanga
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  • Foto do escritorJORNAL PANORAMA SC

Escola Militar - assunto é debatido na Câmara de Urussanga




A sessão do legislativo urussanguense, na noite da terça-feira 23/04, contou com a participação do Capitão do Exército Sidinei de Oliveira, em atendimento a Requerimento de autoria do vereador Fabiano Murialdo De Bona (PL) com o objetivo de falar sobre o projeto de implantação da Escola Cívico- Militar no Município de Urussanga.

Capitão Sidinei compartilhou a sua experiência na Escola Cívico-Militar Joaquim Ramos de Criciúma e disse que esse modelo de escola é um instrumento de transformação de pessoas. De acordo com o capitão, a Escola Cívico-Militar tem origem nas escolas militares.

“A primeira criada no Brasil foi a Escola do Rio de Janeiro e hoje temos mais de 600 no Brasil. Nesse modelo, o governo federal participava com o efetivo militar e o estado ou o município entrava com os uniformes, infraestrutura e melhorias na parte tecnológica da escola”, disse.

O programa cívico-militar foi extinto em 2023, não pelos resultados, mas por uma decisão política e com a extinção do programa muitas dessas escolas foram assumidas pelas gestões municipais e estaduais.

“Foi assim no Rio Grande do Sul, todas as escolas passaram a ser mantidas pelo governo do estado, foi assim no Paraná, inclusive com ampliação, sendo o estado que mais tem escola cívico-militar atualmente com mais de 300 sendo implantadas”, explicou.

Em Santa Catarina, o governador Jorginho Mello resolveu recriar o programa das escolas cívico-militares com mudanças na gestão, onde saíram os militares das forças armadas e assumiram os policiais e bombeiros militares que fazem parte da jurisdição estadual.

Um relatório apresentado em 2022 apontava que havia 120 mil alunos nas 202 escolas Cívico-Militares e outros 359 municípios no Brasil estavam interessados em instalar em seus domínios esse modelo.

“Havia filas de espera em virtude dos resultados alcançados. Houve redução de violência física, verbal, inclusive contra professores, reduziu-se a violência patrimonial, depredações, pichações, evasão escolar e a satisfação dos alunos com a escola alcançou 82%”, registrou.

Capitão Sidinei explicou que uma escola cívico-militar é uma escola normal da rede regular de ensino, que pode ser municipal ou estadual, na qual se adota um modelo cívico-militar na forma de pensar a educação.

“Nós temos três vertentes, a didática, pedagógica e administrativa e sempre buscamos a excelência. Trabalhamos princípios e valores que diariamente são buscados e lapidados. Não queremos apenas um aluno inteligente. Nós queremos um aluno inteligente e que tenha valores, princípios, que saiba os seus direitos e as suas obrigações”, destacou.

Sidinei disse que a escola Cívico-Militar trabalha com valores como o civismo, a dedicação, a excelência, a honestidade, o respeito e a solidariedade. O capitão afirmou que esses valores são vinculados diariamente de forma teórica e prática.

“Muitas atividades são realizadas no contra turno do aluno. São atividades esportivas e culturais como o futsal, jiu-jitsu, karatê, reforço escolar e fanfarra. O nosso objetivo é que o aluno goste de estar dentro da escola”, afirmou.

Segundo o Capitão, na escola Joaquim Ramos em Criciúma eram 12 militares, dos quais 11 tinham porte de arma.

“Nós estávamos legalmente habilitados e mantínhamos a segurança da escola. A gente fazia o controle de alunos e em cada sala de aula tinha um monitor, um sargento responsável. Ele conhecia o aluno pelo nome, acompanhava a frequência, o desempenho escolar, os conflitos, os atritos, coisas boas ou ruins eram reportadas a esse monitor”, explicou.

Os militares atuaram na escola Joaquim Ramos de junho de 2021 a dezembro de 2023. A equipe era formada por 12 militares, sendo um coronel, um capitão e 10 sargentos. Sidnei informou que quando os militares iniciaram na escola eram 350 alunos e, no último ano, chegou a 650.

“Esta é a principal consequência de quando se adota uma escola cívico-militar. É a procura, é o aumento da quantidade de alunos.

A sociedade realmente gosta desse modelo de ensino. Tínhamos fila de espera, a escola não conseguia atender a toda essa demanda. Chegamos no Joaquim Ramos, o IDEB era 4,7 e em 2023 nosso IDEB foi de 6,7. Somos jovens senhores, na faixa de 50 anos, todos nós somos pais, temos famílias, alguns são avós e o sentimento que nos norteia numa escola cívico-militar é de paternidade, mas pai bom não é só aquele que passa a mão no filho, às vezes a gente tem que ser um pouco mais enfático, mas com um objetivo maior que é o de educar”, ressaltou.

O Capitão Sidinei ressaltou que, como o Projeto de Lei de autoria do vereador Fabiano de Bona (PL) de escola Cívico-Militar foi aprovado na Câmara de Urussanga, agora resta a próxima fase que seria a implantação, a contratação do pessoal e a escolha de uma escola para colocar o projeto para funcionar.

“A implantação de escola cívico-militar é gradual, então a gente ocupa uma escola e vai fazendo formações, da equipe da escola, dos alunos, dos pais, então é um processo de transformação que ocorre de forma gradativa. Essa mudança não é tão rápida, ela ocorre de maneira gradual para que não haja grandes conflitos, mas no final certamente será benéfico para todos”, finalizou.

Estiveram presentes na reunião o suboficial Renato e os sargentos Arnoldo e Nandi que faziam parte da equipe do capitão Sidnei Oliveira na escola Joaquim Ramos de Criciúma.


Fonte: Assessoria Imprensa CMU

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