GIOVANNI NESI
Projeto de Lei PL Nº15/2020 denominou a Rodovia UR-15 de Rodovia Municipal Giovanni Nesi na localidade de Santaninha. O projeto foi aprovado com o aval da referida comunidade mediante abaixo assinado. Giovanni Nesi, neto de Stéfano Nesi e Margherita Bértoli, imigrantes italianos oriundos da Comune de Levate, Província de Bérgamo, que se estabeleceram em Belvedere-São Donato. Um dos 12 filhos de Antônio Nesi e Carmella Maffioletti. Ele nasceu em 18/11/1919, mas foi registrado um mês depois, em 18/12/1919. Agricultor-mineiro e dono de “venda” recém casado com Antônia Baldin, se estabeleceu numa colônia de terras em Santaninha onde viveu até o seu falecimento em 1990. Teve nove filhos. Oito biológicos: Moacir, Marilda, Murilo, Muracy, Milton, Maria Luiza, Mariléia e Maristela, e um adotivo: Pedro Correia. Giovanni Nesi, um apóstolo do trabalho, da religião, da família. Como apóstolo do trabalho, era madrugador e sempre de botas, calças com remendos de todas as cores, rumo à roça ou nos trabalhos da CCU. Ora com facão na cinta, enxada ao ombro ou com capacete e gasômetro e sempre falando alto às 5 da manhã o grito tradicional da roça: “Vamos levantar, vamos levantar. Temos que trabalhar, ninguém mais quer trabalhar. Já estamos atrasados quase 1 hora.” Esse era o seu mantra diário. Giovanni Nesi, o apóstolo da religião. Por décadas foi fabriqueiro, capelão, presidente da Capela de Santa Ana nos tempos do Pe. Luiz Gilli e Padre Agenor. Recolheu prendas, varreu a igreja, tocou o sino, rezou terços. Construiu e demoliu vários barracos da Igreja, como eram chamados antigamente o hoje “Salão de Festas”. Giovanni Nesi, o apóstolo da Família. Criou oito filhos, adotou um e matou a fome de muitos outros. Sempre havia um lugar a mais na mesa naquela grande casa para alguém que chegasse. Qual o segredo da mesa sempre farta? Era na partilha que estava o mistério da multiplicação. Ele cedinho descobriu esse segredo do Senhor da Vida e da Morte. Quanto mais ele distribuía, mais as coisas chegavam às suas mãos. Giovanni Nesi, o amigo dos serranos. Ele tinha uma grande paixão: Os campos de Cima da Serra. Lá comprou terras e depois a repassou para os filhos. Amigos serranos, gado, maçã, pinhão, pinheiro, pastos, queijo, charque eram suas paixões. Lá também fez um batalhão de amigos. Giovanni Nesi, apóstolo da comunidade. Grande colaborador da Acaresc-Epagri. Qualquer estranho reconheceria imediatamente que o seu “João Nesi”, como era mais conhecido, era o centro do centro da comunidade de Santaninha. Na igreja, no barraco, na venda, na casa, na roça, na estrada, onde ele se encontrava logo se formava um grupo. Era um agregador de amigos por natureza. Nos dias de festa da padroeira, sempre tinha mais gente em sua casa de dois andares ao lado da igreja do que na própria igreja ou salão. E ele, com sua roupa de missa e com seu relógio de bolso, contente recebia a todos com alegria e atenção no portão. Conciliador, procurava apagar desavenças na comunidade sempre se dirigindo ao possível ofendido com um “Não se preocupe. Os homens não enxergam tudo, mas Deus vê tudo e todos”. Quando algo dava errado, ele já tinha a resposta. É que a hora certa ainda não havia chegado. Giovanni Nesi, amigo do Meio Ambiente. Com seu amor pelas plantas, pelos animais, cachorros, gatos, naquela época um papagaio gritava diariamente na janela de sua casa: Neca, Neca, Neca. Ele levou por mais de 40 anos uma comunidade nas costas, com trabalho, com comida, com remédio, com dinheiro e com as famosas “corridas”, com seu Jeep, com uma Rural e depois Pick-Up, todos da Willys. Esses carros rodaram milhares de quilômetros transportando doentes. Quanto é a corrida, seu João? Nada, dizia ele. E vinha, então, a frase centenas de vezes repetida : “Deus lhe pague seu João” . E você acha que Deus não pagava? Pagava sim. Ele confidenciou que após esses episódios, algo estranho acontecia e ele ia dormir mais rico do que quando acordara pela manhã. .Giovanni Nesi deixou um vazio na comunidade de Santaninha que jamais foi suficientemente preenchido. Ao se apresentar diante do Senhor, ele não chegou de mãos vazias, mas de mãos muito cheias, porque foram mãos que em vida distribuíram. E Cristo ao abrir e observar no Livro da Vida, a sua página dos créditos e débitos comentou : “Puxa, mas o meu débito contigo é grande, Giovanni, e ouviu dele o Vinde Bendito de meu pai e tomai posse do reino que vos está preparado desde o início do mundo. Porque tive fome e me deste de comer, sede e me destes de beber, doente, me visitaste, me transportastes com seu veículo pelas estradas. Fui um estranho, e em sua casa, sempre me acolhestes. Esta porta está aberta para você há muito tempo. Entre por favor. Entre.” Em setembro de 1976, a comunidade reconheceu seus méritos e ainda em vida, ele recebeu uma homenagem da CCU. Num domingo, um jogo de futebol nos pastos de suas terras, na estrada que ligava Santana a Santaninha, foi interrompido por alguns minutos. Mineiros desceram de um caminhão e fincaram uma placa de madeira no chão com os dizeres: Avenida Giovanni Nesi – Cia. Carbonífera de Urussanga - Setembro de 1976, com os gritos da torcida. Quarenta e quatro anos depois, o Poder Público Municipal, mediante projeto do vereador Odivaldo Bonetti, oficializou a homenagem. Acho que com este texto, você, cidadão urussanguense, ou visitante, entenderá por que você chega a Santaninha trilhando a Avenida Giovanni Nesi.
PÍLULAS
Nas eleições do último domingo, atuando longe do palco, o coordenador da campanha do PP-PSD-PDT, Juceli Francisco, em feito histórico. Esse urussanguense santanense que nos tempos da Arena era chamado de Capitão Juceli, de acordo com o prefeito eleito Gustavo Cancellier, foi peça chave e por ele foi promovido passando da patente de capitão para general.
Números das eleições municipais de 2020 são números que saltam aos olhos, números que entram para a história política de Urussanga e que merecem reflexão para todos os partidos. Para vencedores e vencidos. Todos os índices foram extrapolados.
ATTENTI RAGAZZI
Amanhã, 21 de novembro, a data registra os 140 anos da “Madonna Della Salute”, padroeira de Rio Carvão, a festa religiosa mais antiga do interior do município. A Covid-19 suspendeu tudo, menos as orações. Haverá missa às 10 horas com as devidas máscaras, álcool em gel e distância de 1,5 metro. Poderoso demais esse coronavírus.
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