Desenvolvimento econômico de Urussanga preocupa cidadãos que atuam em vários setores

A economia de Urussanga, como muitas cidades brasileiras, enfrenta desafios significativos que impactam diretamente a geração de emprego e renda. Para compreender melhor as necessidades e as soluções viáveis que podem ser implementadas, ouvimos representantes do comércio e indústrias do Município. Os entrevistados deram opiniões e sugestões sobre o que pode ser feito para impulsionar o desenvolvimento econômico da cidade.

Geraldo Fornasa - Industrial

Fornasa destacou a importância de uma abordagem equilibrada, que priorize o bem coletivo e esteja acima dos interesses individuais.

“Eu moro numa cidade pequena e faço parte de uma sociedade com diferentes pensamentos. Mas,quando se fala em desenvolvimento, creio que tudo aqui teria que ser equilibrado e repensado”, afirma. Para ele, a transformação da economia local começa pela educação. “Precisamos transmitir essa mensagem nos colégios, na prefeitura, rádio, jornal e todas essas associações culturais”, sugere o industrial, destacando que as iniciativas atuais muitas vezes são insuficientes.

O industrial, que foi um dos idealizadores da Festa do Vinho, afirmou que é necessário repensar a forma como essas atividades são organizadas para realmente beneficiar a comunidade e seus empreendedores.

“Precisamos colocar no coração do povo urussanguense que ele é, antes de qualquer coisa, brasileiro. Temos que olhar para Urussanga como nossa terra, um local onde nos criamos, formamos família e trabalhamos”, enfatizou Para Fornasa, é fundamental que a comunidade se una em torno de sua identidade local e trabalhe em conjunto para melhorar as condições de vida.

Ele defende que a agricultura desempenha um papel importante na economia da região e sugere o desenvolvimento de agroindústrias como uma solução viável. “Quem é da agricultura tem que ficar na agricultura e receber apoio para isso, criando uma fonte de renda que beneficiará outros segmentos da economia”, afirmou.

Fornasa acredita que a família unida e todo mundo trabalhando é o caminho para uma Urussanga mais próspera.

Rodrigo Fontanella - Industrial

O industrial Rodrigo Fontanella destacou as medidas necessárias para impulsionar o desenvolvimento local e a geração de empregos. Segundo Fontanella, a criação de um ambiente favorável para investimentos é fundamental para atrair mão de obra qualificada e promover o crescimento econômico da região.

“O que precisamos é garantir um ambiente propício para os negócios e uma infraestrutura adequada que viabilize a instalação de indústrias”, afirmou Fontanella. Ele ressaltou que, embora haja uma demanda crescente por mão de obra na região sul do Brasil, Urussanga enfrenta desafios específicos que precisam ser abordados. A qualificação profissional é uma prioridade, com destaque para os cursos oferecidos pelo Senai, que podem preparar trabalhadores em um curto espaço de tempo.

No entanto, o empresário apontou que a questão da moradia se destaca como um dos principais obstáculos à atração de novos profissionais. “O custo elevado dos aluguéis tem levado muitos trabalhadores a reconsiderar sua permanência na cidade”, explicou. Ele destacou que a falta de habitação acessível compromete a qualidade de vida e desestimula a vinda de famílias inteiras para Urussanga.

Fontanella mencionou a importância da oferta de creches seguras e acessíveis, permitindo que mães possam deixar seus filhos enquanto trabalham. “A segurança e o bem-estar das crianças são essenciais para que as famílias se sintam confortáveis em permanecer na cidade”, afirmou ele.

O industrial concluiu sua reflexão enfatizando que “os conjuntos habitacionais acessíveis devem ser uma prioridade do poder público”. Ele acredita que programas como Minha Casa Minha Vida podem ser potencializados para atender às necessidades habitacionais da população, contribuindo assim para a atratividade da cidade em termos de emprego e renda.

Ademir de Brida Júnior - Corretor de Imóveis

O corretor de imóveis Ademir de Brida Júnior aponta para a necessidade urgente de atenção às oportunidades locais. Segundo ele, um dos principais desafios enfrentados pela cidade é a migração anual de cidadãos que buscam trabalho fora do Brasil devido à falta de oportunidades na região.

“Essas oportunidades estão, para mim, elas estão principalmente na capacitação dessas pessoas e na criação de um ambiente propício para que negócios, principalmente na área de turismo, venham prosperar na nossa cidade”, afirma Ademir. Ele ressalta que o turismo pode ser uma chave fundamental para o desenvolvimento econômico local. A proposta é capacitar os cidadãos para que possam empreender e explorar as potencialidades econômicas da região, criando assim um ciclo virtuoso de geração de emprego e renda.

Ademir destaca a importância da diversificação econômica. “Não que a gente não precise de mais uma área industrial”, menciona, reconhecendo que a indústria desempenha um papel importante no fortalecimento da economia local. Contudo, ele enfatiza que muitos habitantes buscam fora o que não encontram em Urussanga: “Aquelas pessoas que vão para fora buscam emprego de qualidade com uma renda alta”.

Para ele, investir na capacitação profissional e no fomento ao turismo e à tecnologia são fatores essenciais. “Capacitar essas pessoas para que elas possam empreender na área turística de verdade é a chave”, defende. Ademir sugere ainda a criação de um centro de inovação como uma forma de estimular o desenvolvimento tecnológico na cidade.

Levy Dufenbach - Personal Trainer

Levy Dufenbach registrou a necessidade urgente de ações que visem manter os jovens na região e promover o empreendedorismo local. Em sua visão, o êxodo de jovens em busca de oportunidades no exterior é um problema significativo que deve ser abordado com soluções práticas.

“Creio que a gente tem um êxodo muito grande do nosso jovem, para o mercado europeu, entendemos que a situação é atraente e economicamente viável. Mas na minha concepção, tínhamos que criar uma situação, principalmente aqui na nossa cidade, para mantermos o jovem aqui”, afirma Levy. Para ele, é imprescindível promover a criação de novos empregos e desenvolver uma área tecnológica mais robusta.

Levy sugere que o apoio financeiro do poder público pode ser um caminho viável para incentivar o empreendedorismo entre os jovens. “Aporte financeiro talvez da questão pública, enfim, para fazer esse jovem empreender permanecer na cidade”, completa. Ele alerta para o risco de Urussanga se tornar uma “cidade fantasma”, enfatizando que a presença de jovens atuantes é essencial para o futuro econômico da região.

Frank Junior Michels - Empresário e líder comunitário

Frank Junior Michels ressaltou a importância de medidas que possam efetivamente impulsionar a geração de emprego e renda na região. Segundo Michels, uma das principais estratégias seria a redução da carga tributária no âmbito estadual.

“Cortar os impostos do âmbito estadual é fundamental para incentivar nossa área industrial”, afirma ele. Essa redução, segundo o empresário, deve ser acompanhada por incentivos mais robustos para as indústrias que desejam se instalar no município. “Tem que ser feita uma isenção total de imposto. Se a empresa quer se instalar aqui, precisa ter condições favoráveis, como imposto baixo ou até mesmo zero imposto, para poder voltar a gerar emprego e renda”, enfatiza. Michels acredita que a geração de empregos nas empresas é crucial para o fortalecimento do comércio local. “Gerando emprego nas empresas, o dinheiro fica no comércio, o dinheiro volta a girar no comércio. Se não gerar emprego nas empresas, não vai ter dinheiro girando no comércio”, conclui.

Diógenes Damiani - Engenheiro Civil e de Segurança

Diógenes Damiani enfatiza a importância da implementação de políticas públicas eficazes. Segundo ele, o crescimento econômico de um município está intimamente ligado à criação de um ambiente propício para novos negócios, o que, por sua vez, fortalece o mercado de trabalho.

“Alavancar a economia de um município ou de um estado e uma nação está diretamente associado à implementação de políticas públicas que promovam o crescimento econômico”, afirma Damiani. Para ele, essas políticas devem estimular não apenas a criação de novos empreendimentos, mas também fortalecer aqueles que já existem.

Damiani destaca a relevância dos incentivos direcionados à indústria, especialmente no setor da construção civil e para pequenos e microempresários. “Os incentivos à indústria e ao pequeno empresário repercutem na capacidade de gerar empregos de forma rápida. Portanto, políticas que incentivem o investimento e a atividade nesses setores podem ter um impacto significativo na geração de empregos”, explica.

Eduardo Piacentini - Advogado

Em busca de soluções que possam impulsionar a economia de Urussanga e aumentar a geração de emprego e renda, o advogado Eduardo Piacentini compartilha sua visão sobre uma medida prática que poderia beneficiar o comércio local: a implantação do estacionamento rotativo. Segundo Piacentini, essa ação visa criar um rodízio mais eficiente das vagas disponíveis, facilitando o acesso dos clientes às lojas da cidade.

Eduardo destaca que a falta de estacionamento é um dos principais obstáculos enfrentados por consumidores que desejam comprar no comércio urussanguense.

“O pessoal chega aqui de manhã cedo, todos os empregados das lojas estacionam na frente. Já cansei de ouvir de pessoas que eles não compram no comércio de Urussanga, porque não tem lugar para estacionar”, explica. Ele observa que o pátio da igreja e as áreas ao redor da praça ficam frequentemente lotados, ocupados principalmente por proprietários e funcionários dos estabelecimentos.

“Eu fiz esse pedido uma vez para dois vereadores. Um deles não se reelegeu e o outro até hoje não fez nada”, lamenta o advogado, enfatizando a necessidade de ação por parte do poder público. Para ele, a implementação do estacionamento rotativo seria uma das alavancas capazes de trazer benefícios significativos para o comércio local. “De certeza absoluta, eu acho que uma das alavancas que possa trazer algum benefício para o comércio é o estacionamento rotativo. Não tem dúvida nenhuma”, conclui Piacentini.