Engenheiro e fruticultor acredita no associativismo como ação inteligente para a sobrevivência.
Fazer da união de pessoas o caminho para a solução de problemas que afligem a todos é um comportamento bastante antigo no município de Urussanga, onde surgiu a segunda cooperativa do estado catarinense, a Cooperativa Prima, a Cooperprima, fundada em 1909 na localidade de Rio Maior.
Essa cooperativa tinha por objetivo minimizar os problemas de produção dos agricultores da época, comprando insumos no atacado e viabilizando a comercialização dos produtos. No caso, banha, embutidos de carne, queijos e grãos produzidos nas propriedades agrícolas do Vale do Rio Maior e que, através da Cooper Prima alcançavam mercados como o Rio de Janeiro, na época a capital do Brasil.
Não se sabe ao certo os motivos que levaram a dissolução dessa cooperativa, mas iniciativas que traziam a associação de pessoas com objetivos comuns são bastante vistas na história de Urussanga, indo desde a música com a criação do Coral Santa Cecília na década de 1920 até as de cunho religioso como Filhas de Maria ou as de cunho social como Damas de Caridade, culturais como a Academia de Letras e as étnico-culturais como a ADIU, Trevisana e Bellunesi entre outras. Além disso, as associações de moradores são atualmente uma realidade em praticamente todos os bairros e localidades de Urussanga.
Este movimento inicial de cooperação , que estava voltado para a solução e a defesa de interesses locais, parece voltar com toda força entre aqueles que atuam no segmento agropecuário de Urussanga.
Em entrevista à reportagem de Panorama SC, o fruticultor Emílio Della Bruna afirmou que acredita no potencial do associativismo para fortificar a agricultura local.
“A agricultura é um setor de muito trabalho, pouca rentabilidade e de muito risco. O produtor está exposto às condições climáticas que, em determinados momentos pode acabar com toda sua plantação e colheita. Então, buscar uma associação acaba sendo uma ação inteligente para a sobrevivência. É preciso que os pequenos produtores, da dita propriedade rural familiar, se unam a um mecanismo já estruturado ou eles mesmo se unam e se estruturem” afirmou Della Bruna ao acrescentar que hoje os mercados estão se estruturando e sendo definidos em padrões de comercialização como pequenos, médios e grandes.
“ Um pequeno produtor não vai conseguir atender uma estrutura grande. Então, associados com mais produtores, conseguirá garantir seu espaço no mercado. Pela minha experiência, vejo que, sozinho, o pequeno produtor só consegue comercializar seus produtos oferecendo de casa em casa, na feirinha ou se conseguir garantir a venda para merenda escolar. O universo é limitado, exatamente porque cria-se um circulo difícil de sair: dificuldade de produzir, dificuldade de vender e muitas vezes um custo alto que acaba desestimulando o aumento das atividades e até mesmo levando à paralisação . Se os pequenos produtores se unirem, podem se estruturar com locais para armazenamento que garanta a qualidade da safra, melhores preços obtidos tanto pelo bom produto quanto pela divisão dos custos que, sozinho, um produtor não tem condições de arcar”. concluiu Della Bruna.
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