Gustavo diz que vereadores Taliano e Fabiano não teriam condições para julgá-lo numa Comissão Processante
A foto acima, cujo poster está exposto no gabinete do vereador Rosemar Sebastião, mostra que ele tem orgulho de ser agricultor, muito embora o prefeito Gustavo tenha afirmado que isso não é suficiente pra participar de uma Comissão Processante
Em mais um episódio da novela que tem como protagonista a instauração da Comissão Processante no legislativo, para investigar denúncias de irregularidades na administração municipal de Urussanga, o vereador Rosemar Sebastião-Taliano (PDT) se esmerou na sua performance ao enfatizar, no plenário, que a oposição ao prefeito Gustavo Cancellier estava tentando dar um golpe para tirá-lo da PMU.
Este discurso, que Taliano vem fazendo desde antes da votação, não é compactuado pelo vereador Fabiano De Bona, do PSDB que, na sessão desta semana, afirmou: “golpe é mentir pra esconder a verdade”.
Mostrando contrariedade também com o comportamento do presidente da Mesa Diretora- Odivaldo Bonetti.
Fabiano disse que não considerou certo o encerramento da sessão da terça-feira 21/9 ter sido feito de forma tão abrupta e baseada no Artigo 155, o qual, na verdade, em seu parágrafo 3, diz que a sessão só poderia ser encerrada por tumulto grave. O que, na opinião de Fabiano e do Chefe da Polícia que lá esteve, não havia acontecido.
Disse ainda que nunca afirmou ser vereador da base governista e que, inclusive, já foi até chamado atenção por não seguir as orientações do partido e sempre ter postura autônoma, se colocando ao lado da verdade e da população.
Já o vereador Taliano em seu pronunciamento na tribuna esta semana, terça 28/9, disse que via muita gente fazer teatro, fazer média em seus discursos na Câmara, mas que votaria novamente contra a instauração de uma Comissão Processante porque acreditava que o objetivo era somente a cassação do prefeito Gustavo, conforme conversas que ele ouviu nos corredores do legislativo e que ficou explícito até no pedido feito pelo ex-vereador Júlio Bonetti e ex-vice-prefeito Luiz Henrique Martins, na representação de cassação de mandato feita no legislativo.
Afirmando que não queria ter peso na consciência por tirar o mandato de prefeito e futuramente ele poder ser inocentado, Taliano disse que votou por consciência, que não ganhou dinheiro e nem negociou cargos.
Apelando para o além, Taliano disse: “aquele que tá lá em cima sabe, daqui a pouco o castigo vem. O retorno existe e vocês vão ter que pagar caro por isso.”
Se foi coisa do além, castigo ou retorno, ninguém sabe e não se pode afirmar.
Mas na manhã seguinte, quarta-feira 29/9, o retorno do apoio dado ao prefeito Gustavo pelo vereador do PDT, tanto na votação quanto depois, apareceu com força, de forma pública e sem direito à contestação.
Isso porque, ao tentar explicar porque não admitia ser julgado em uma Comissão Processante durante a entrevista ao programa Comando Marconi, Gustavo acabou dizendo que Rosemar Sebastião - Taliano, não tinha condições de fazer um julgamento em uma Comissão deste tipo por ter pouco estudo e ser um simples agricultor.
Não bastasse desqualificar o vereador que lhe deu apoio na Câmara, Gustavo também questionou a competência do vereador Fabiano de Bona, do PSDB.
Pelo que deu para entender, para o prefeito urussanguense que está há quatro meses afastado do cargo, apenas o vereador Odivaldo Bonetti- Bonettinho, que é advogado, estaria capacitado para este trabalho.
A afirmação de Gustavo caiu como grave insulto à classe dos que lidam no agronegócio, os quais precisam diariamente estarem atentos às mudanças econômicas e tecnológicas para poderem sobreviver no competitivo mercado agrícola, dando uma prova inconteste de suas capacidades administrativas nas propriedades rurais.
Mas se o prefeito acha que agricultor não tem capacidade de fazer cálculos e nem de ser orientado pelo advogado que é responsável pelo jurídico na Câmara, houve quem colocasse até a competência de Bonettinho em xeque. Isso porque Bonettinho disse que havia ficado confuso com as mudanças sequenciais no processo de instaurar uma comissão, e usou parte de seu pronunciamento explicando acerca da diferença entre uma comissão processante e uma comissão investigativa.
Numa ação visando provar que Bonettinho sabia sim a diferença entre ambas, o vereador Luan Varnier (MDB) mostrou a gravação da voz de Bonettinho dizendo, em entrevista à rádio local anteriormente à votação, que não seria correto instaurar uma Comissão para investigar, haja vista que seria muito mais fácil e econômico utilizar as investigações já feitas pela PF, em uma Comissão Processante.
Enquanto na Câmara a discussão entre instaurar ou não uma Comissão e também seus objetivos deve continuar ainda por bastante tempo, é preciso registrar que as manifestações populares em redes sociais e até os 4 vereadores que votaram contra sendo expostos em outdoor, são demonstrações mais do que claras de que há um sentimento exigindo transparência total e, mais que isso, um inconformismo com a oportunidade perdida do esclarecimento.
Não são poucos os que desejam colocar um fim nesta angústia de saber se há ou não corrupção na prefeitura de Urussanga e, principalmente, no desgosto de ver sua Benedetta cidade ser destaque em noticiários regionais e até nacionais por acontecimentos ruins.
Vereadores que votaram contra a formação da Comissão Processante na semana passada e Executiva do PP que mostrou seu lado ditatorial, parecem não ter ouvido a voz que ecoa nas ruas e perderam a oportunidade ímpar de provar para todos, rapidamente, a inocência do prefeito Gustavo Cancellier.
Aguardemos os próximos episódios.
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