Tempo colaborou para boa produção de pêssegos e nectarinas, mas a safra da uva será menor que a do ano passado
Quem gosta de pêssegos, nectarinas e ameixas pode começar a sorrir.
Afinal, já foi iniciada colheita da safra precoce na região Sul catarinense.
A informação é do engenheiro agrônomo e pesquisador da Epagri - Emílio Della Bruna, que desenvolveu as variedades hoje plantadas na região e que, adaptadas às condições locais, permitiram que os fruticultores pudessem se manter neste mercado tão competitivo.
“Este ano foi ótimo para a fruticultura. Um inverno bom, bastante frio que fez com que as plantas pudessem brotar e florescer com bastante vigor. Ficou um pouco prejudicada com a falta de sol agora na primavera, mas felizmente voltamos a ter sol aqui na nossa região e pode-se dizer que foi um ano bom.
Nós estamos agora em outubro, na fase de colheita do pêssego e da nectarina, está em plena safra porque a nossa região é uma região que produz frutos precoces. Antes de outras regiões, principalmente da Serra Gaúcha. Também a ameixa precoce está começando e, a partir da semana que vem, já deve ter alguma coisa no mercado produzida aqui na região. Quando eu falo em região é toda a região Sul, que envolve a AMESC, a AMREC e a AMUREL” explicou Emílio ao acrescentar que o consumidor ainda está um pouco tímido na aquisição de produtos em virtude dos reflexos ainda visíveis da pandemia do coronavírus.
A informação é de que atualmente a produção de pêssegos e nectarinas nos municípios de Urussanga, Pedras Grandes, Morro da Fumaça, Cocal do Sul e parte de Treze de Maio alcance em torno de 12 a 15 toneladas por hectare. Para referência, há aproximadamente 150 hectares utilizados na fruticultura.
Mas a expectativa é de que o preço da uva desta safra se mantenha num patamar que ajude a equilibrar as contas dos fruticultores, os quais estão enfrentando um aumento de custos de produção muito grande.
“Só pra se ter uma ideia da dificuldade enfrentada pelo fruticultor, basta dizer que na safra passada o saco de ureia era adquirido a R$ 80,00. Hoje o mesmo saco está custando em média R$ 250,00” afirmou Emílio ao informar que o otimismo com bons resultados financeiros nesta safra está atrelado a dois fatores: o aumento de turistas em Santa Catarina durante os meses de colheita da uva, em janeiro e fevereiro, e o menor número de toneladas de uvas, o que deve manter o um bom preço ao produtor.
“A produção da uva vai ser menor que do ano passado, que foi uma super safra. E, se até a colheita em janeiro e fevereiro correr tudo bem, será um ano bom para o produtor que terá o preço do produto elevado pela grande demanda e a pouca oferta” concluiu Emílio.
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