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Urussanga - Faixas, manifesto popular e pedido de cassação movimentaram a semana

Foto do escritor: MARCIA MARQUES COSTAMARCIA MARQUES COSTA

Na próxima segunda-feira 20/9, completará quatro meses do afastamento do prefeito Gustavo Cancellier.

Durante todo este tempo, o Chefe do Executivo manteve-se em silêncio, sem explicar-se para a população que o viu eleito para um segundo mandato com uma diferença superior a três mil votos. Este comportamento só fez aumentar a insegurança quanto ao futuro político- administrativo da cidade que, desde 2020, está às voltas com denúncias de desvios de dinheiro público em obras feitas com recursos do FINISA, as quais culminaram com o afastamento do prefeito Gustavo e servidores municipais de seus cargos, transformando-se em inquérito na Polícia Federal e, a partir de agora, iniciando a trajetória na Justiça Federal.

O resultado das investigações feitas pela Polícia Federal e divulgado no início desta semana não foi nada bom, indiciando o prefeito Gustavo Cancellier por peculato, falsificação de documentos e organização criminosa. Além dele, mais 13 pessoas entre empresários e servidores públicos foram acusados de integrar a organização criminosa que, supostamente, desviava recursos públicos.

A informação da PF no início da semana, foi a gota que faltava para a taça da paciência dos urussanguenses transbordar.

População mostra-se muito ansiosa quanto ao futuro da cidade, haja vista que ainda não se tem informações sobre como ficará a situação no Paço Municipal. Não se sabe se o prefeito Gustavo Cancellier volta ou permanece afastado e, muito menos, se a Justiça Federal levará adiante a denúncia e o trabalho feito pela Polícia Federal.

Aliás, paciência esta que foi testada no escândalo do 1º prefeito de Urussanga a receber férias acumuladas em quatro anos, num valor aproximado de R$ 80 mil; na correção do IPTU - considerada alta demais e causada pela falta de atenção aos índices de reajuste e mudança antecipada na Lei refente ao assunto e, ainda, na desgastante batalha entre PMU e servidores na questão da reposição da inflação aos salários.

Para aumentar a tempestade na taça d’água da Capital do Bom Vinho, chegaram massas de ar quente trazendo discussões sem necessidade entre Prefeito Gustavo e comunidade do Rio Carvão sobre asfalto e responsabilidade de manutenção da Rodovia dos Imigrantes (a mesma é municipal). O alvoroço aumentou com informações sobre o furto de um motor de retroescavadeira no Parque Municipal e o prejuízo em um caminhão na Garagem da PMU e, ainda, o áudio sobre o fura-fila da vacina contra a Covid-19, que colocou Urussanga nos noticiários policiais de todo o país. Para completar, este mês o Diretor do Samae nomeado pelo prefeito Gustavo, que foi o voto”minerva” na autorização da Câmara para o financiamento de R$ 15 milhões do FINISA, foi afastado de seu cargo e também foi indiciado em inquérito policial por peculato.

Após tudo isso e mais o indiciamento do prefeito Gustavo Cancellier pela PF, um sentimento de urgência vem surgindo na população, a qual parece não estar querendo aguardar o fim desta história pelos caminhos normais, onde o julgamento, se o processo for aberto na Justiça Federal, pode demorar e bastante.

Quem esteve presente no recinto da Câmara na sessão da terça-feira 14/9, pode ver populares e uma faixa forçando os vereadores a tomar uma atitude com o poder que lhes foi concedido.

Do lado de fora, manifestantes e populares acompanhavam o trabalho e outra faixa pedia o afastamento do prefeito Gustavo Cancellier.

No Plenário, posicionamento dos vereadores indicou cautela quanto aos passos a serem dados, mas também abertura para a possibilidade da formação de uma Comissão Processante.

Porém, na quarta-feira 14/9, outro acontecimento veio para que uma ação seja tomada com brevidade na Câmara Municipal: ex-vereador Júlio Cancellier e ex-vice-prefeito Luiz Henrique Martins (Cuíca) protocolaram um pedido de cassação do mandato do prefeito Gustavo Cancellier.

Este procedimento informando que o prefeito afastado supostamente cometeu crime de responsabilidade, segundo a Lei Orgânica do Município, força os vereadores a instaurarem uma Comissão, já que oficialmente foram informados dos fatos.

Resta agora, saber que tipo de Comissão será instaurada, pois há possibilidade de ser uma Comissão Processante (com poder de cassar o Prefeito) ou uma Comissão Investigativa (com poder apenas para investigar e encaminhar o resultado para o MP). Como o Ministério Público já foi informado pela Polícia Federal sobre o indiciamento do prefeito Gustavo e mais 13 pessoas, parece ser mais adequado instaurar uma Comissão Processante .






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