Em julho do ano passado, a Confederação Nacional do Transporte (CNT) estimava que o número de caminhoneiros autônomos estivesse em torno dos 470 mil.
Porém, entidades de classe avaliavam que o Brasil tinha cerca de 2 milhões de caminhoneiros entre autônomos, empregados e desempregados.
A força desta categoria foi vista em 2018 quando houve uma paralisação dos autônomos, que se estendeu de 21 a 30 de maio, numa luta por preços justos para o fretamento e combustíveis.
Quando eles anunciaram a paralisação, ninguém imaginava que somente dez dias depois os caminhoneiros começariam a desmobilizar um evento que pararia o país. A greve causou uma crise sem precedentes no abastecimento do Brasil, levando o governo a criar, às pressas, um pacotão de medidas para a categoria.
Mas a situação não modificou muito e as dificuldades continuam grandes para a categoria que, mais que levar e trazer mercadorias, tem profissionais transportadores de sonhos, histórias e experiências que muitas vezes emocionam ou chocam. Eles são tão importantes que tem até três datas para serem lembrados. No dia 30 de junho é comemorado o Dia do Caminhoneiro em São Paulo, a maior metrópole do Brasil.
No dia 25 de julho são lembrados pelo seu padroeiro - São Cristóvão, que é o padroeiro dos motoristas. Mas é em 16 de setembro que se comemora o Dia Nacional do Caminhoneiro.
E, prestando uma homenagem a estes profissionais, Panorama SC registra a história de um filho de Urussanga que é caminhoneiro e divide, com sua esposa, a responsabilidade de dirigir os dois caminhões da família.
Seu nome: Bito Madeira, filho de Nailde e do saudoso Cenírio Madeira.
Em entrevista ao Panorama essa semana, Bito explicou que reside em Ouro Preto- MG, é proprietário de dois caminhões e que ele e sua mulher Jucélia Maria M. Madeira enfrentam as rodovias federais e estaduais fazendo fretamento de cargas.
“Às vezes vamos para o mesmo lugar e às vezes vai um para cada lado, tendo nosso ponto de encontro em Minas Gerais” explicou Bito.
Há seis anos na boleia de um caminhão, a baiana Jucélia que vive na cidade mineira desde os três anos, disse que se sente muito feliz em ter esta profissão pois sempre gostou de conhecer novos lugares e da experiência que ser motorista proporciona.
“É muito difícil. É preciso enfrentar muitos obstáculos, mas quando a gente quer, tudo se dá jeito” afirmou a motorista de uma simpatia que esconde a imensidão de sua coragem em dirigir veículo tão grande e pesado, trafegando sozinha por lugares desconhecidos e, por vezes perigosos, com seus adereços em tons de rosa na cabine avisando que alí dentro há uma mulher de fibra ajudando seu marido na criação dos quatro filhos que ficam aos cuidados da avó materna na histórica cidade que é considerada Patrimônio Mundial pela UNESCO.
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