
Nos dias 20 e 21 de setembro a população italiana será convocada para participar do referendo sobre a reforma constitucional que reduz em um terço o número de parlamentares no país.
A consulta popular estava prevista para 29 de março, mas teve de ser adiada por causa da pandemia do coronavírus Sars-CoV-2. A votação acontecerá nos mesmos dias de eleições supletivas para o Parlamento e será distribuída em duas datas para reduzir aglomerações.
O referendo decidirá sobre uma reforma que reduz a quantidade de deputados de 630 para 400 e a de senadores de 315 para 200 (sem contar os cinco vitalícios). A medida também corta o número de parlamentares eleitos no exterior de 18 (12 deputados e seis senadores) para 12 (oito deputados e quatro senadores).
Ainda não se sabe como será a nova distribuição de representantes da comunidade italiana nos outros países. Atualmente, a América do Sul conta com quatro deputados e dois senadores.
Quem pode votar?
Todos os que tem cidadania italiana, mesmo não residindo na Itália, podem votar no referendo.
Segundo informações, a Embaixada e os Consulados da Itália no Brasil concluíram os procedimentos de envio das cédulas eleitorais do referendo constitucional de 20 e 21 de setembro, que decidirá sobre a redução de um terço no número de parlamentares no país europeu.
Para que o voto seja válido, o envelope com a cédula preenchida pelo eleitor precisa chegar à Embaixada ou ao Consulado de competência até 16h do dia 15 de setembro.
“Depois de recebido o envelope, convidamos os eleitores a darem seu voto e a enviá-lo o mais rapidamente possível, a fim de evitar que este chegue além do prazo fixado por lei”, diz um comunicado da Embaixada.
O grande temor é que a greve do Correios, que já se arrasta há mais de duas semanas, venha atrapalhar o recebimento dos envelopes e ocasionar o atraso no envio da documentação, inviabilizando a votação para os que residem no Brasil.
Qual a tendência?
Certamente, com o efeito devastador do coronavírus na economia mundial, os italianos olharão para o futuro querendo ter menos despesas com a máquina pública.
O desgaste da classe política, aliado ao alto custo para manter tantos representantes nos poderes constituídos pelo voto popular, deve iniciar um movimento de redução que poderá ultrapassar as fronteiras do país que tem em sua história conquistadores famosos e grandes impérios.
Aqui no Brasil, o COMITES- Comite de Italianos no Exterior da circunscrição de Curitiba-Paraná, do qual a urussanguense Neide De Pellegrin faz parte, vem fazendo campanha para que o SIM vença.
“Nós sabemos que vencendo o SIM estaremos perdendo um representante do Brasil no parlamento italiano. Mas é preciso analisar que a atual representatividade muito pouco tem trazido de benefícios para a comunidade italiana na nossa região. As pessoas que foram eleitas, principalmente na América Latina, eles não corresponderam com a expectativa.
Por exemplo, o Fábio Porta, ele conseguiu que a taxa de trezentos euros fosse para investir na melhoria dos consulados aqui no Brasil. Mas a realidade mostrou que este dinheiro só voltou depois de muito tempo e apenas 1/3 do que foi arrecadado.
Nós estamos só perdendo. Nós,até aqui em Urussanga, já vimos nos altos tempos de Festas do Vinho e Ritorno, o italiano Piccato tocando gaita na Praça. Hoje não se vê um cônsul em nossas comunidades!
E o que é mais estranho é que aumentou consideravelmente o número de cidadãos italianos, nós temos masis de 400 mil cidadãos italianos no Brasil” pontuou Neide ao explicar que as pessoas que receberem os documentos para votar no referendo devem remeter de volta o mais rápido possível.
“Se quiser votar no SIM, vota. Nós, várias pessoas do COMITES, estamos trabalhando pelo SIM porque entendemos que muitas pessoas, neste processo, estão ai para defender o seu. Nós estamos trabalhando pela coletividade” concluiu Neide.
Ao ser questionada sobre confecção ou renovação de passaporte italiano, Neide informou que o Consulado não está fazendo agendamento e que serão atendidas as pessoas que já estão na enorme fila ocasionada pela paralisação das atividades em virtude da Covid-19.