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  • Foto do escritorJORNAL PANORAMA SC

SERGIO MAESTRELLI

A CASINHA PRETA


O vereador Ademir Bonomi se reportou recentemente às construções públicas abandonadas ou sem utilização em diversas comunidades no município e também na sede. Algumas ao relento há décadas.

Rio América tem uma casa de madeira preta e não gostaria de registrar que Rio América tinha uma casa preta de madeira.

É preciso registrar que continua tendo.

Pequenina sim, mas que representa parte da epopeia do carvão, pois nas veias de Rio América não corria sangue, corria carvão.

O então vereador Marcos Roberto Silveira discutiu a ideia de transformar aquele local num mini museu da atividade mineradora.

Agora recebemos vários telefonemas e pedidos para sair em defesa daquela construção ameaçada de sumir ou de ser retirada do local.

Se assim for, será mais um soco na boca da cultura tão maltratada por nossos governantes de qualquer sigla partidária, pois os eleitos estão quase sempre desprovidos de lastro cultural.

Embora ainda não confirme, o Poder Público quer instituir uma audiência pública para discutir tal situação.

Tal estratégia visa transferir responsabilidade e transferir polêmica.

Audiência Pública significa ouvir a população.

Servirá talvez apenas para polemizar, algo tão simples de solucionar.

Só para lembrar: quando o Pe. Agenor conclamou a população a pressionar o Poder Público e CCU para a preservação de parte do cabo aéreo e suas caçambas, a comunidade respondeu com um “o que é velho tem que ser derrubado”. E assim ocorreu um dos grandes desastres culturais de nossa história. A comunidade também foi consultada e optou por demolir a antiga igreja de Pedra de São Lourenço em Rancho dos Bugres, outro desastre.

A comunidade decidiu pela demolição da Igreja Madonna Della Salute em Rio Carvão, a igreja da pandemia, da peste dos antigos. Mais um desastre cultural.

A Igreja em honra à Madonna Della Salute era a própria alma e o espírito arquitetônico do imigrante italiano. A comunidade decidiu e o guincho/guindaste da CCU já estava lá para derrubar a igreja de pedra de São Gervásio e São Protásio em Rio Maior. Foi salva por uma manobra política do vereador e presidente da Câmara Jahir Meneghel. Quase que ocorre outro desastre. Desta vez, graças a Deus e ao Jahir, foi apenas um “quase”.

Derrubam-se igrejas e se constroem novas que mais parecem galpões de fábricas, oficinas mecânicas. Apenas a cruz está lá para dizer: “aqui é um templo religioso”, porque a arquitetura é de modo geral revestida de uma pobreza sem limites.

A antiga sede do Minerasil Futebol Clube em Santana era um símbolo da comunidade. Veio abaixo pelo descaso e falta de verbas. Vai ser reconstruída, porém do ponto de vista histórico, tem valor zero.

Quem deve dar o nó no pacote da Casinha Preta é a Prefeitura através da Diretoria de Cultura e Turismo e o Poder Público com a comunidade implantar um mini museu. Simples assim. Não sei como as pessoas gostam de transformar problemas simples e soluções simples em problemas complexos.

A preservação da cultura é função do Estado, do Poder Público nos três níveis, mas quer nos parecer que é sempre a imprensa e a comunidade que precisa fazer esse papel. Há exceções. É preciso registrar a restauração do Açougue Municipal, o Açougue do Talamini, transformado em Unidade de Saúde.

Foi um gol cultural, graças ao prefeito Gustavo Cancellier e ao ex-secretário da saúde Marcos Roberto Silveira.


A CASINHA BRANCA


Depois da Casinha Preta do Rio América, agora a “Casinha Branca” do Centro, a de nº 110 da Barão do Rio Branco. Dia 4 de maio de 2016, eu estava lá. A amiga Janja me avisou.

Foi o último dia de atendimento da Unidade de Saúde da Família Central, ou como era conhecido pela velha geração, o “Posto de Saúde”. Era a sede da LBA – Legião Brasileira de Assistência, entidade fundada em 1942, pela primeira dama Darcy Vargas. A LBA foi extinta no governo liberalizante de FHC, o pai da reeleição que tantos prejuízos deram à Nação. Qual o urussanguense que não passou por aquela construção para receber uma picada por vacinas?

Ou a aplicação de injeções com a Dona Anna Alayde Pereira Bettiol, Rita Cordini Neves Marques, Zelma Gazzolla ou Nésia Cancellier? A construção fechada e abandonada começa a mostrar sinais de um processo acelerado de deterioração. A construção é de domínio do Governo Federal. Que a Prefeitura solicite a Brasília a sua transferência para o município. É só arranjar um deputado com trânsito junto ao Jair. A Casinha Branca, assim como a Preta, representa parte de nossa história. A Casinha Branca representa a história de nossa saúde. Pense nisso, secretária Ingrid Zanellato, diretor Bortolotto, diretor Rezende, vice prefeito Jair Nandi. Pensem nisso vereadores, comunidade. Pense nisso prefeito Gustavo. Assim como o Açougue Municipal nº 111, cuja ação só rendeu elogios, agora é a vez da Casinha Branca nº 110. Trilhe o mesmo caminho. Caso assim não for, lenta e silenciosamente a nossa cultura vai embora, vai sumindo, vai sendo moída nas engrenagens da ignorância e da incompetência. Como diria aquela francesa: “Oh progresso, quantos crimes cometem em teu nome”.


INGRID

Ingrid Zanellato foi quem sentou na “poltrona de honra” das palestras do Rotary Clube na última reunião virtual. Ela discorreu sobre as facetas da pandemia, dissecando as ações que estão sendo operacionalizadas. A secretária também alertou sobre as diversas “pandemias” que surgirão no pós Covid-19, que muitos irão enfrentar tanto nos aspectos físicos como psicológicos e emocionais. Sutilmente afirmou que tão complicada quanto à pandemia Covid-19 é a pandemia da burocracia e concluiu afirmando que o Rotary pode ajudar a sua secretaria compartilhando e divulgando informações importantes e combatendo as notícias falsas. Até o momento, o município recebeu 1.362 doses e foram aplicadas 1.100 e que os profissionais da saúde estão com os nervos a flor da pele, exaustos, estressados e tensos. São os heróis do nosso tempo. Por isso os sinos da matriz bateram por essa classe guerreira. Ela chamou todos os rotarianos de “feras”, mas atento, observamos em sua explanação que fera mesmo é ela. Reúne juventude e competência. Você sabe o significado do nome Ingrid? Não? Tem origem no latim, generosa, cortês, influente, caridosa e companheira. São atributos condizentes com a profissão escolhida por ela. Continue firme em sua função e em sua missão, secretária.


SOBRE O DEDO NA FERIDA II


A visão lúcida de um empresário urussanguense acendeu a luz amarela não apenas na mente do jornalista Sérgio Costa. Mas também na minha quando estava parado na esquina, apesar das sinaleiras já terem sido retiradas há muito tempo numa ação competente do Diretor de Trânsito Rafael Sales. O nosso passado realmente está sumindo, nossas referências culturais desaparecendo, as bases em que o nosso projeto turístico-cultural está ancorado também. Neste final de semana, percorremos o interior de nosso município, num passeio, digamos, de observador de ambientes. Muitos antigos parreirais montados por gerações passadas estão abandonados por falta de mão de obra, interesse econômico, ou por falta de incentivos estão desaparecendo. Antes desapareciam apenas as parreiras, agora também os palanques de granito que estão sendo vendidos ao que parece, ou ao que tudo indica, praticamente como “sucata”. É a nossa identidade cultural se esfarelando. Mais um desastre cultural à vista.

Nesse ritmo, daqui há 25 anos não saberemos mais quem somos e nem para onde vamos. Vamos estacionar na mediocridade e na mesmice.


PÍLULAS


Sobre o novo ministro da saúde, parece que tudo caminha para um Quiroga, Queiroga, Que droga! Pelo menos é o que pensa o cidadão Giga Monteiro de Niterói/RJ. Que fase, Brasil.

Como disse aquele: com você concordo em gênero, número e grau e virando para outro lado comentou: e com você só concordo em gênero.

Prefeito Clésio Salvaro de um lado dando uma aula de sensatez ao país e aos servidores públicos que insistem em lockdown. Ele aprova. Fiquem em casa. Fiquem com a casa e sem salário, a exemplo de milhares de trabalhadores na iniciativa privada. Até o momento, pelo que se sabe, nenhum servidor partidário do isolamento total aceitou a generosa e gentil oferta por parte do prefeito.

Já por outro lado, o colunista André Roldão em sua coluna no TN questionou números da sua campanha envolvendo 1.000 ruas a serem pavimentadas e 500 mil visitantes à Mina Modelo. Desconheço a realidade de Criciúma, mas considero números inflacionados ou erro de digitação, ou então alguns prefeitos reeleitos estão perdendo a noção da realidade que os cerca. E aí deu polêmica. O gestor público precisa saber se equilibrar entre elogios e críticas. Receber os elogios merecidos com satisfação e como reconhecimento e, com humildade, as críticas, quando as mesmas sejam procedentes, evidentemente, ou com indignação se improcedentes.

Presidente americano havia prometido aplicar 100 milhões de doses de vacinas contra Covid-19 nos primeiros 100 dias de mandato e bateu a meta com mais de 115 milhões em 58 dias. Ele agora já fala em atingir 200 milhões de doses em seu 100º dia. Esse sim, na linguagem nordestina, podemos chamar de presidente “Cabra Macho.”

Um resumo sobre como foi o Dia Mundial da Água : apesar da boa intenção de todos e salvo raríssimas exceções, pode-se registrar o: “Massa parlare e poco executare”. Seguramente a Sociedade voltará ao tema em 22 de março de 2022. Políticos normalmente se esquivam do tema Água e Meio Ambiente porque é somente bronca e desgaste. Assim como a Cultura, o Meio Ambiente raramente produz dividendos políticos. É vero ou não é vero?

“Tô certo ou tô errado?”, diria o ex-vereador Tita.


ATTENTI RAGAZZI


Precisamos deixar de ser bestas de segunda a sexta e diante de tudo o que está acontecendo no setor de Saúde e no setor da Justiça, uma pergunta não quer calar: Afinal, o Brasil é um país ou é uma piada?



Na “Casa Canônica”, a Família Canônica, bergamasca de Belvedere com il capo “Wagner”, mecânico que faz qualquer carro andar. No Bairro Pirago na última festa da Madre Paulina, antes da pandemia. Fazendo jus ao sobrenome, afinal “Canônica” significa de acordo com os cânones, com as regras eclesiásticas, com os dogmas, com a Igreja.

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