A SERRINHA - NÃO O PRETO DO CARVÃO, MAS O PRETO DO ASFALTO
Aberta pelo braço do colono e do mineiro
No caminho sinuoso da Serrinha, 3 km de estrada aberta em 1942, pelo agrimensor Alvin Nunes Teixeira e o filho José Nunes Teixeira, auxiliado por dezenas de colonos e mineiros com pás, enxadas, picaretas, mulas, carros de boi e carrinhos de mão. Um “lavoro” que durou muitos meses. Trabalhadores sustentados por polentas gigantes produzidas num caldeirão num rancho nos pastos da Família de Amélio Damiani e Vitória Ceron, acompanhados por queijo, salame, fortaia e radiche. É evidente que não deve ter faltado nem vinho e nem cachaça. O caldeirão dessas polentas foi guardado pela família Benedet e hoje é de propriedade de Sérgio e Márcia Costa. O objetivo da abertura de uma estrada na Serrinha era o de ligar Rio Carvão a Santana e deste modo proporcionar o escoamento da crescente produção das pedras pretas, o carvão, produto de segurança nacional no Governo Vargas durante a Segunda Guerra Mundial. Por esta estrada, milhões de toneladas de carvão foram transportados. Caminhões e caçambas transportaram as nossas riquezas do subsolo. E o retorno, caro mio! Somente as festas do Ritorno e nada mais.
O Ponto Zero do Cabo Aéreo
Na parte superior da Serrinha, nas proximidades da propriedade de Raulino Eleodoro, o Brizola, amigo, filósofo e personagem folclórico de Santana, nos encaixes na pedra, o início do carregamento nas 140 caçambas que transportaram carvão 24 horas por décadas até a caixa de embarque do trem no histórico bairro da Estação. Das minas de Santana, carvão por via terrestre e carvão por via aérea.
Uma Gruta no Caminho
Numa das curvas deste caminho, talhada na pedra, uma pequena gruta com bica d’água em honra a Nossa Senhora Aparecida, padroeira da Nação Brasileira. Ela foi idealizada em 1992 por José Vieira (Zé Chapéu) e Jácomo Candiotto como pagamento de uma promessa pela recuperação da saúde de Izolete Ramos Vieira. Posteriormente, foi revitalizada por Jair de Araújo e Maria das Graças da Silva Araújo (Gagá) com o apoio do vereador Luiz Carlos Cardoso, o Nariz. Pe. Itamar Mazzuco rezou a primeira missa no local em 2003, com a presença de devotos das localidades de Santana e Rio Carvão. FOTO 1 – A Gruta reverenciando a padroeira da nação brasileira com fiéis no dia 12 de outubro de 1992.
80 anos depois
Em 2018, o vereador Odivaldo Bonetti arrancou e garantiu o compromisso de 1 milhão de reais para o asfalto do Rio Carvão, promessa de campanha da eleição de 2014. Tal missão contou com a colaboração da Empresa Minérios Urussanga visando dar continuidade ao asfalto Rio Carvão-Santana. O asfalto a cargo da prefeitura seria implantado no denominado modelo europeu e não através do famigerado modelo Deinfra, um modelo excessivamente demolidor, agressivo e depredador do meio ambiente na nossa opinião e na opinião daqueles que detêm bom senso. A legalidade ou não da obra suscitou dúvidas e a polêmica se estabeleceu com as sucessivas consultas e com as respostas dúbias e contraditórias do Governo Estadual com a municipalização ou estadualização da rodovia. Em virtude da insegurança jurídica gerada, a Prefeitura optou, então, por asfaltar a UR-7. E assim, por uma decisão do Prefeito Gustavo Cancellier, o manto preto foi estendido da Ponte Valêncio Francisco dos Santos, no início da Serrinha, até a localidade de Santana. E um fato curioso nesta história. O asfaltamento não foi propiciado por nossos deputados do Sul e sim com verbas oriundas de dois deputados do Vale do Itajaí, com dois deputados de Blumenau. Um pequeno trecho através de uma emenda do ex-deputado Décio Lima, intermediado pelo vice-prefeito Luís Henrique Martins e o trecho principal, com emenda do deputado federal João Paulo Kleinubing, intermediado pelo vereador Odivaldo Bonetti.
A obra
Projetar o asfalto pela Serrinha, um trecho municipal de 2,719 km bastante sinuoso, uma área de intenso verde e de preservação ambiental, estava decidido. O modelo europeu adotado pelo Prefeito vai proporcionar um novo visual à Serrinha com as suas inúmeras nascentes e com a sua gruta em honra à Nossa Senhora Aparecida. Foi inteligente a decisão política do prefeito Gustavo Cancellier em asfaltar o trajeto obedecendo totalmente o trecho original aberto a pá e picareta no verão de 1942 e deste modo provocar uma agressão mínima ao meio ambiente, apesar da equipe técnica sugerir cortes com um caminho alternativo. Iniciada em julho com o ronco de máquinas e caminhões e concluída em novembro, a estrada que conheceu o preto do carvão, agora conhece o preto do asfalto.
Drenagem, sinalização, iluminação....
Concluído o asfalto propriamente dito, as obras agora se voltam para a drenagem, e somente uma drenagem eficiente e a proibição do tráfego pesado darão longevidade ao asfalto. O vereador Zé Bis da tribuna da Câmara já afirmou que vai lutar pela iluminação da via. Com o diretor de trânsito Rafael Sales, a responsabilidade por lombadas, traves e sinalização. Uma sinalização eficiente se faz necessária, pois, naquele trecho já foram registrados muitos acidentes. A presidente da Fundação Municipal de Meio Ambiente (FAMU), Aleckssandra Maccari Rodrigues (Aleck), terá a incumbência de florir aquele caminho já cercado de verde por ambos os lados e tomar medidas de proteção às nascentes e riachos.
O início das obras no topo da Serrinha em julho de 2020.
A finalização dos trabalhos em novembro de 2020.
No ano de 2020, vacas e novilhas do Rio Carvão pararam de pastar e atônicas, incrédulas e surpresas, ficaram observando o manto preto ser estendido nos sinuosos caminhos da Serrinha. Entre elas, possivelmente o diálogo: “Mas afinal, o que está acontecendo aqui na Serrinha?”
PÍLULAS
No dia 15 de novembro, cumprindo o dever cívico, estivemos votando no Colégio Rainha do Mundo bem cedinho, às 7 da manhã.
Naquele centro de difusão de conhecimento, rememoramos os excelentes anos do curso ginasial. No corredor, a imagem de Nossa Senhora com o título de “Rainha do Mundo”. Diante dela, fiz uma oração por todos os alunos, ex-alunos, professores e ex-professores, funcionários e ex-funcionários daquele estabelecimento de ensino, hoje rebatizado como Colégio Monsenhor. Aquelas salas, aquela sineta, não dá para esquecer.
No ante e no período pós-missa dos 140 anos da padroeira Nossa Senhora da Saúde em Rio Carvão, no dia 21 de novembro, o primeiro sem festa, o comentário nos bolinhos era um só: a batalha do asfalto e o resultado das eleições com o irônico resultado de “11” votos de saldo a favor do atual prefeito Gustavo Cancellier.
O Rio Carvão das várias cores: Verde intenso pela natureza, preto pelo carvão, amarelo palha pela uva Goethe, bordô pelo vinho de uva Tercy, e na política, depois de muitos anos, resolveu trocar de cor e azulou. O azul do sulfato da parreira, disse alguém.
A Barbie, uma boneca de 28 centímetros e cabelos loiros, completou 61 anos e entrou para a 3ª idade. O seu nome advém do apelido de Bárbara, a filha dos seus idealizadores Ruth e Elliot Hander. Para atender a todos os tipos físicos e etnias, existem no mercado 170 modelos de Barbie.
Desde o seu lançamento em 1959, foram vendidas no mundo, nada mais, nada menos, que 1 bilhão de unidades. E você Márcia? Teve a sua Barbie ou teve uma Susi, ou uma boneca de pano no estilo “típica camponesa italiana”?
Até recentemente, “pix” era apenas a picada da injeção. Agora com a modernidade, pix é transação bancária com pagamentos 24 horas.
Geraldo Custódio, na última sexta-feira, empolgado chegou a dizer que o Pix era um portfólio de opções do Internet Banking. Tá modernizado demais o “Gerrardo”. E ainda deu conselho? Cuidado para não ser “ludibriado” pela Internet.
Vá ao Aurélio ou digite na internet o significado da palavra opaco. É aquilo que não permite a passagem da luz, que não é transparente, não tem claridade. É escuro. E por aqui o opaco exigindo transparência. Algo não transparente pedindo transparência. É evidentemente, algo cômico e ao mesmo tempo trágico. Tem coisas que só acontecem na Benedetta.
Uma pergunta aos arquitetos e engenheiros civis: De tempos em tempos, a imprensa registra em manchetes de jornais que “Uma pessoa morreu após ser atingida por queda de uma marquise. Por acaso a Lei da Gravidade está vencendo vocês?
Em recente entrevista ao NSC Notícias, o Secretário Estadual da Saúde, se reportando à Covid-19, afirmou que a informação do número de óbitos tem um certo “delay”.
Utilizou um termo em inglês para designar “atraso”. Mais um exemplo de colonialismo cultural. Falar termos em língua estrangeira dá charme. A própria emissora de TV se viu obrigada a digitar na tela o “delay = atraso” para que o telespectador entendesse.
“Chose de loc”, diria Jô Soares.
A postura de simplicidade e humildade, mais que as obras, conquistam o eleitor. Três exemplos de candidatos que bateram na tecla da humildade em seus discursos ante e pós- campanha, venceram nas urnas: Dra. Saionara Correa de Carvalho Bora em Lauro Muller, berço do carvão nacional, Fernando De Fáveri em Cocal do Sul, berço da cerâmica e Luís Gustavo Cancellier da terra do bom vinho e da cultura italiana.
Depois da cena absurda de Porto Alegre, que envolveu espancamento e morte de um ser humano, o Carrefour anuncia um fundo de R$ 25 milhões para combate ao racismo. Devido à repercussão desse episódio, a empresa perdeu mais de R$ 2 bilhões em valor de mercado.
De convidado para disputar a eleição pelo PP em 2016 para candidato a reeleição em 2020, o Prefeito Gustavo Cancellier torna-se num curto período de quatro anos, o principal líder pepista de Urussanga. Entretanto, tanto no contexto eleitoral de 2016, como em 2020, não se pode ignorar a liderança que a amiga e ex-colega de trabalho, a extensionista da Epagri, Maria Cristina Cancellier da Costa, exerceu no meio rural em prol de seu irmão. É algo público, notório e transparente.
ATTENTI RAGAZZI
Nas segundas-feiras, faça sol ou faça chuva, a minha grande amiga Roselita Locatelli Vendrame pela manhã cedo, sempre repete para si mesma a seguinte frase: “Acorda e pula. Porque você nasceu bonita, mas não nasceu rica e por isso precisa trabalhar.”
Gosto de pessoas que tem o apurado senso de humor. O bom humor faz girar melhor as engrenagens da vida
Kommentare