MERCADO CEARA: DO ZÉ PARA O ANDRÉ
Na 6ª Feira passada, dia 21 de agosto, o Mercado Ceara, o Mercado do Zé da Ioná e se o Zé é da Ioná, então o Mercado também é, fechou um primeiro ciclo de 44 anos de bons serviços prestados a seus clientes. Um local para adquirir produtos e também ponto de encontro de centenas de pessoas em busca de amizades e boas conversas. Você vai ao dicionário e “Ceara” é uma palavra que vem do verbo cear, que por sua vez significa fazer refeições, comer e beber, degustar. E essa eu pensava que fosse a origem do nome Mercado Ceara. Nada disso. Na década de 60, José de Araújo saiu de sua terra natal, o Barro Branco e veio para Urussanga para trabalhar no Bar do Emílio, na época de ouro da venda das figurinhas para os álbuns de futebol que aglutinava centenas de pessoas. Daquela época, tenho a imagem do Zé varrendo o chão do bar e amontoando milhares de pacotes rasgados de figurinhas, um verdadeiro mar de papel. Anos depois, eis que o Zé encontra a Ioná e em 1976, foi adquirido o Armazém de Quintino e Zenaide Piovesan e assim teve início o Mercado Ceara, cuja palavra nada tinha haver com refeições. Foi uma sociedade estabelecida entre Emílio Cecconi e o José de Araújo. Juntou-se as palavras “Ce “de Cecconi e “Ara” de Araújo e estava formado o Mercado Ceara. Começou com dois produtos que não podem faltar para ninguém, e muito menos para mim: tomates nas caixas e queijos nas prateleiras. Da primeira sede na atual Padaria da Olguinha, foi transferido por um período para a sede do atual Mercado Colipe na Praça da Bandeira e de lá para a Galeria Ivo Serafin, no antigo Supermercado do Sesi. Paramos por aqui e transcrevemos parte do que disse a filha Mayara que também ajudou a construir parte desta história. “Quarenta e quatro anos de um armazém na esquina, muito chão percorrido. Anos de trabalho, de aprendizado, de entrega, amizade, empatia e alegria. Muita gente passou por lá. Clientes viraram amigos, funcionários se transformaram em família e muitos fornecedores até hoje permanecem. Um tempo de tudo muito suado. Muitas etapas para se construir tudo o que se conseguiu e sempre com os pés no chão. Desde pequena acompanhando tudo de perto. Atrás do balcão eu observava tudo e arrumava prateleiras esperando o dinheirinho para comprar rissoles na padaria do Luís. O tempo passou e eu lá completei 19 anos de trabalho. A vida seguiu e hoje estamos encerrando um ciclo. Agradecemos todos os clientes, fornecedores, amigos e funcionários conquistados em 44 anos. Das falhas, pedimos desculpas. O Mercado Ceara irá continuar agora nas mãos de André e Vanusa a quem desejamos sucesso, boa sorte e felicidades. Ele vai continuar sendo o mercado de bairro, aquele que prioriza o contato direto com as pessoas”. Não deve ter sido fácil para o José, a Ioná e a Mayara concluir o horário de expediente no último dia, ir para casa e dar aquela olhada para trás, para a placa do Mercado Ceara. Então concluímos com um: um primeiro ciclo de 44 anos se encerrou. Inicia-se um segundo ciclo agora sob a direção de André Luiz Cittadin e sua esposa Vanusa e que continua como apoio da Terezinha, da Tita e da Jaqueline. Que venha um novo ciclo de 44 anos naquele local com produtos e com boas conversas.
PÍLULAS
Muitos urussanguenses que moram na praça Anita, ao despertarem na manhã de 6ª feira passada e puxarem a cortina para observar a rua, se depararam com os canteiros do jardim completamente brancos. Alguns ficaram confusos, outros desconfiados, mas não era geada não. Era calcário espalhado pela equipe da prefeitura que está revitalizando o jardim.
Na Serrinha de Santana, seguem os trabalhos de preparo da cama para o manto preto. As máquinas espantam tatus, arancuãs, gambás, garças, cobras, lagartos e passarada de um modo geral, e com o máximo cuidado com o meio ambiente, sem aquelas ações invasivas de terra arrasada. É o modelo europeu em ação posto em prática pela prefeitura. Sem essa de demolir morros, aterrar grota, depressões, respeitando a topografia, a vegetação e o leito original da estrada, bem diferente daquele nefasto modelo “Deinfra” que quer transformar tudo plano e tudo numa monótona reta, um modelo produzido por mentes culturalmente finas, mais finas que o papel higiênico e que só conseguem enxergar números.
Estou plenamente convencido que a Covid-19 é um recado da natureza ou do Criador contendo a mensagem de que é preciso mudar o modo de pensar e de agir do ser humano no planeta Terra em todos os sentidos: espiritual, ambiental, econômico, social. Como diria o inglês, é preciso dar um “stop”. Já o italiano diria que é preciso dar uma “fermata”.
Em tempos de pandemia, nem cachaça, nem cerveja, nem suco. Em tempos de pandemia o brasileiro aumentou o seu consumo de vinho em 72% de acordo com dados do setor vinícola. Hoje o português é aquele que mais bebe. São quase 60 garrafas por ano, 5 garrafas por mês. E o chinês chegando em segundo lugar desbancando italianos e franceses, outros bebedores tradicionais. Já o hebreu Noé, segundo o primeiro livro da Bíblia, o Gênesis, foi o primeiro bebedor de vinho registrado pela história. Um de seus porres foi registrado pela Bíblia a ponto dele ficar nu. Foi lá no monte Ararat, há muito tempo.
A CELESC promovendo um aumento descabido nos preços da energia elétrica em plena pandemia. Tal fato provocou intervenção do PROCON. Por outro lado, disse o Senhor: “faça-se a luz” e a luz se fez, menos no caminho para o aeroporto Hercílio Luz. Por lá, emperrado pelas famigeradas licitações e “trocentos” recursos na Justiça. Já por aqui, a EFLUL anunciando a redução das tarifas residenciais. Alta tensão lá, baixa tensão aqui.
E o Siqueira, o desembargador, hein! Pelo voto unanime do CNJ ele foi afastado temporariamente das funções judiciárias. Afastado, podendo ser advertido, censurado ou ser aposentado compulsoriamente. Mas segue com os vencimentos em dia, ou seja, sem trabalhar terá ainda mais tempo para, se quiser, ofender e humilhar brasileiros no desempenho legal de suas funções. Essa é mais uma faceta verde amarela de nosso país.
Na camiseta do senador Randolph Frederich Rodrigues Alves da Rede, ou simplesmente Randolfe Rodrigues, uma frase verídica: “A crise da educação no Brasil não é uma crise. É um projeto”. Tem razão o parlamentar. As elites, as classes dominantes não desejam um povo culto. Povo educado, culto e com poder crítico torna-se para eles um problema capital.
Nada de vermelho. Agora o programa que sucede o “Minha Casa, Minha Vida” torna-se o “Minha Casa Verde e Amarela”. Independente da cor, que cada família brasileira possa conquistar o seu teto, o seu lar, a sua residência, o seu canto. Não é à toa que existem ditados como “Lar, Doce Lar”, ou “O mundo inteiro não vale o meu lar”.
O Governador Moisés não soube utilizar com maestria o seu patrimônio adquirido “via Bolsonaro” de 70% dos votos dos catarinenses. Tinha nas mãos uma alavanca e tanto e não soube utilizá-la. Ações desastradas como por exemplo “Os Respiradores” o transformaram num governador fraco, inexpressivo. Agora com o processo de impeachment, passa da posição de fraco para fraquíssimo e fica totalmente aprisionado, refém e nas mãos dos deputados.
Pandemia lá fora e aqui no Brasil não é pandemia. É bagunça pandêmica. Em SC, o governo não consegue nem administrar e acertar na estatística do número de mortos, pois a própria imprensa já comprovou duplicidade na soma dos casos, imagine então definir regras de combate. É um terreno pantanoso, é areia movediça, um verdadeiro samba de crioulo doido, uma sinfonia inacabada. É um “muda procedimentos e protocolos diários”. É um “para e fecha de bar e um para e circula de ônibus”, ora autorizado com 50% dos lugares, ora com 40%. É município que diz uma coisa, e município que diz outra. A questão dos transportes coletivos e da volta às aulas já se tornou algo cômico com as idas e vindas. A Covid está endoidando as autoridades. Elas estão mais perdidas que o Serafin, o Bortolin e o Maestrelli em Bérgamo, na Itália, em 2001.
CPI dos Respiradores virou o calcanhar de Aquiles do Governo Estadual. O povo não quer saber apenas se os responsáveis foram Zeferino, Douglas, Márcia ou Moisés. O povo quer saber mais. Quer saber quando os 33 milhões voltarão para o bolso de todos os catarinenses. Se assim não for, mais uma pizza foi servida para o povo nesses tempos de pandemia. Dizem que empresários corruptos se aproveitaram do amadorismo das autoridades estaduais. Não caia nessa. Nesse assunto não tem amadores em nenhum dos lados, seja o público ou privado. Todos são espertos e “profissionais”.
ATTENTI RAGAZZI
Você sabia que com esses “33 milhões” dos respiradores daria para asfaltar Urussanga-Rio Carvão-Santana-Itanema. Daria para asfaltar também Urussanga-Rio Caeté-Siderópolis e ainda teríamos algum troco para roçadas, botar placas de pé e tapar buracos na SC-108 e Rodovia Genésio Mazon?
O amigo e colega do Jornal Panorama e da Rádio Marconi, Rafael Niero, como se observa, tecnológico ao máximo. Ele divide o seu tempo narrando gol contra ou a favor do Criciúma e anunciando que a Polícia prendeu o “fulano e soltou o sicrano”. Deixa todos a par dos ilícitos praticados na sociedade. Rafael, ao lado de Miguel e Gabriel, é um dos anjos do Senhor. É “aquele que transmite a boa nova”.
Em nossas tradicionais festas religiosas do Meio Rural, a roleta em 2020 silenciou. Esperamos que em 2021, ela volte a fazer barulho e trazer a alegria pelos salões das igrejas nas festas dos padroeiros.
Tudo leva a crer que este é o mais antigo registro sobre o nosso vinho. Ele é apenas cinco anos mais jovem que a idade da Imigração Italiana no Sul Catarinense. Leia a nota publicada na edição do Jornal “O Despertador” do ano de 1881. O material foi um presente enviado pelos amigos Stevan Arcari, o nosso enólogo da EEUR e pelo nosso industrial e roqueiro Geraldo Fornasa, o filho que “tanta dor de cabeça e preocupação na adolescência e juventude” deu ao pai e depois na vida adulta deu ao Tóni, grande amigo de meu pai, orgulho e satisfação.
Comments