Com tristeza, registro que a Rua do Sapo perdeu mais duas pessoas amigas no último domingo: Rui Carlos de Brida e a Dona Ignez Collodel de Jesus. Ambos com grandes histórias. Dona Ignez nasceu em São Pedro em 1928. Foi batizada pelo Pe. Gilli e na escola escrevia muito bem em italiano recebendo inclusive elogios de suas professora. Em 1947, casou com Jovino de Jesus. Bordar sempre foi o seu trabalho e o seu divertimento. Dos bordados, o mais solicitado era a toalha com “A menina tocando gansos”. Era a mãe dos amigos Euclésio ou Kéio e de Eloni Luiz ou Loni. Uma máquina de costura e mãos que bordavam silenciam e uma van estaciona. Na década de 90, numa das constantes viagens de Timbó a Blumenau e Blumenau a Timbó, encontrei o Rui trabalhando numa das inúmeras revendas de carros na BR-470. Às margens da rodovia conversamos muitas vezes sobre “La Nostra Benedetta”. O tempo é um laço forte e vai apertando mais que o próprio laço até o dia do adeus.
Deu no jornal - Auxílio Emergencial: suspeita de fraude no benefício motivou 51% dos bloqueios das contas digitais, diz Caixa Econômica Federal. Centenas de milhares de contas suspeitas de fraude, ou seja, mais que a metade das concessões. O Ministério da Cidadania fala em 1,3 milhão de contas bloqueadas. É situação de calamidade pública e moral sem limites.
Pandemia, isolamento social, quarentena, home office... provocam um aumento de 28% no número de divórcios. Parece que a pandemia provocou um acirramento nas relações e o que era pior se tornou péssimo e o que era algo um pouco quente, esfriou, dizem os psicólogos.
Urussanga e Orleans podem sentir imenso orgulho com as duas horas da live de domingo com canções italianas de sucesso, com depoimentos, intervenções e comentários inteligentes, tudo em prol da APAE, transmitida do Restaurante Pirago de Névton e Soraia Bortolotto. Leilão de trabalhos da APAE como por exemplo “Família Africana”, criação da aluna Natália Bortolotto e colegas, trabalho este premiado nacionalmente, além de uma camisa do Criciúma, Campeão da Taça Brasil - 1991. Méritos ao Duo Itália e reconhecimento ao Jair de Ávila, o Bicudo da Baixada, que cantou nas alturas, ao Eduardo Trombim, Paulinho de Orleans no Piano e no Acordeon, ao Kuki Savi Mondo, Toni Cascaes e à direção, professores, funcionários e alunos da APAE.
Segundo levantamento da Oxfam, o patrimônio de 42 ricos e super-ricos no Brasil cresceu US$ 354 bilhões durante a pandemia, ou seja, o Covid-19 não é igual para todos. Enquanto a população arrisca ser contaminada no serviço diário para sobreviver, os bilionários pouco tem a se preocupar. E você, em que grupo está?
Pelo país, a informação de que ministro do STJ concedeu prisão domiciliar para Queiroz e a mulher Márcia que nem presa ainda estava e rejeitou outros 700 pedidos similares, disse o portal G1. E dizem que vivemos numa democracia e que todos são iguais perante à lei. Difícil acreditar. Se você acredita nisso, pode acreditar também que quem está tocando a campainha de sua casa é o Papai Noel solicitando o que você gostaria de ganhar neste Natal. Ter dinheiro ou alguém que pague bons advogados é estar com meio caminho andado, digo, é estar com todo o caminho andado.
No sábado passado, ocorreu o “viva o colono” e no dia 28, o “viva o agricultor”. Sobre o calendário que homenageia o homem do campo, a coisa tá bagunçada. O calendário que tem dia até para o dia da bergamota verde, diz que 25 de julho é o dia do colono, dia do agricultor familiar, dia da agricultura familiar, dia do trabalhador rural. Já o dia 28 é dia do agricultor. Dia do colono nos remete à chegada dos primeiros imigrantes alemães em São Leopoldo em 1824. Já dia 28, é dia do agricultor em função da comemoração do centenário do Ministério da Agricultura ocorrido na era JK. Dia do colono é um termo utilizado no sul do País em função da imigração europeia. Já o termo agricultor tem mais sentido no norte e nordeste brasileiro. A diversidade é uma característica do Brasil .
O mundo digital ainda é muito estranho para o Lorisvaldo, para o Florisvaldo ou simplesmente para o Valdo. Muitos alfabetizados no passado se tornaram por força das tecnologias digitais novamente analfabetos.
Parque Natural Municipal Xokleng. Um título muito bem escolhido para a área central de 3,3 hectares de mata nativa no vizinho município de Nova Veneza. Deve estar envolvida neste tema, a mente histórica e turística do amigo Nicola Gava, o” bauco ma no tanto”, que de bauco não tem nada.
ATTENTI RAGAZZI
Corrupção na saúde, na educação, pandemônio governamental nas ações de combate à pandemia....Você sabe por que este país não entra nos trilhos? Porque simplesmente não há trilhos. Corrupção deveria ser crime de lesa-pátria e como tal, o caminho deveria ser rumo a “el paredon”.
O amigo Celso Rita, ex-funcionário da Estrada de Ferro, recebendo a “The Donna Thereza Christina Railway Company” no Bairro da Estação. E por falar em Bairro da Estação, bastou seis meses com praticamente tudo paralisado para sentir saudade do calor das discussões em torno do Vinho Goethe. Celso faleceu, mas sempre tivemos por hábito tratar os amigos falecidos como se vivos estivessem.
É uma questão de fé.
ESSES DIAS MARAVILHOSOS...
Lemos esta semana uma reportagem sobre a reação de um ser humano que contraiu Covid-19 e que se recuperou depois de um longo caminho numa UTI. Disse ele: no período ante-Covid-19 eu reclamava de tudo. Da comida com muito sal ou com pouco sal. Do café sem açúcar. Da comida pouco quente. Estava insatisfeito com o meu carro. Discutia por pouca coisa. Vivia chutando o cachorro e dando lambada no portão. Reclamava muito das pessoas que me rodeavam. Aí o corona veio morar dentro de mim. Fui parar numa UTI. Um terremoto tomou conta do meu corpo e da minha mente. O mundo estava desmoronando e terminando para mim. Depois de dias sem fim, fiquei curado. Voltei a viver e senti que não era mais o mesmo. Agora sou paciente, tudo me satisfaz. Acho que pelo resto da minha vida não vou reclamar mais de nada que não for realmente algo importante, fundamental, imprescindível. Acordo na segunda e digo: mais uma semana com sete dias maravilhosos para viver.
É isso aí, Carlos Alberto. Saber que realmente não somos nada, que nada e ninguém nos pertence e saber que verdadeiramente estamos apenas de passagem por este lugar é condição “sine qua non” para evitar sofrimentos e mudar o nosso estilo de vida se necessário for.
Às vezes, é preciso uma paulada, uma cacetada na cabeça para acordarmos . Há momentos que todos nós precisamos passar como um fio de linha pelo buraco de agulha. Muitas vezes somente quando recebemos uma paulada na cabeça é que despertamos e passamos a ver que a vida tem um dono e que não somos nós, o dono dela.
No último verão, em Rio Carvão, a Sociedade Protetora dos Animais não tem como reclamar do Maestrelli. Ele sempre seguiu a Lei do Bem Estar Animal, tão necessária em qualquer tempo e agora oficializada em nosso meio e que foi resultado de um trabalho intenso de conscientização dos vereadores Braz Ciseski e Vanderlei Marcírio, o Deco.
Olha aí a Cissa, a morena de Belvedere, dos nossos Alpes, faceira e feliz chegando ao Parque Municipal para mais um dia de trabalho em nome da Cultura. Mas isso foi antes do Covid-19. Mas ela vai passar. Não a Cissa, mas a pandemia e depois dela, a Cissa voltará.
OS SONS DE NOSSAS VIDAS
Depois dos 50 tons de cinza, por que não os 50 ou mais sons que marcaram as nossas vidas? Você por acaso já identificou os sons mais marcantes de sua vida? Há tempos conversei com uma estudante que estava decidindo o tema de seu TCC na Universidade e ela estava pensando em mergulhar no tema de “Os sons da nossa vida”. Ela nos indagou dizendo: Cite cinco dos sons mais importantes, significativos e inesquecíveis de sua vida. Pensei então nos sons de Urussanga, cada vez mais “benedetta”, e cada vez mais o último bom lugar. Minha mente voou rapidamente para os seguintes:
1º - O timbre da voz da namorada, da mulher amada;
2º - O Choro de um carro de boi vindo da roça ao entardecer;
3º - O som dos quatros sinos da Matriz Nossa Senhora da Conceição;
4º - O ronco familiar do motor de um Jeep Willys 4x4, 1954 - Cinza;
5º- A voz do Padre Agenor na hora do Angelus e nos sermões aos domingos. Ela foi embora e à noite fiquei pensando nos outros sons que marcaram a minha vida e surpreso rabisquei quase cinquenta. Alguns talvez são também sons marcantes para você. Confira a lista se tiveres paciência e tempo. Aliás, tempo todos tem. Paciência, nem todos.
1º- Depois da longa estiagem, nada como ouvir o barulho da chuva, da água benta caindo do céu;
2º- O som de uma atafona moendo milho;
3º- O uivo de um lobo na mata na madrugada;
4º- O cantar do galo ao amanhecer;
5º- O barulho das caçambas quando passavam pelas emendas do cabo aéreo nas 24 horas transportando carvão por Santana e Rio Carvão;
6º- O apito do trem anunciando a alegria da chegada e a tristeza da partida da Maria Fumaça; 7
º- A buzina do Ônibus da Auto Viação São José anunciando que a Benedetta estava próxima nos tempos do Colégio Marista;
8º- As marchinhas de carnaval na adolescência na Sociedade Recreativa Urussanga;
9º- Raios e trovões de uma forte tempestade, de uma forte trovoada, nas tardes de verão;
10º- A algazarra das corucacas ao anoitecer na torre da antiga Telesc; 1
1º- O som das teclas de uma máquina de escrever Olivetti ou Remington Hand na Escola Profissional São José na década de 70;
12º- O vento Minuano soprando no inverno nas ruas de Pelotas, onde um queijo na esquina ficava todo fatiado;
13º- O som de uma frigideira fritando batatinha frita;
14º- O som de um engenho moendo cana;
15º- O som da canção preferida;
16º- O som do “Guarani” na abertura da Voz do Brasil com o seu “Em Brasília, 19 horas”;
17º- A Abertura do Jornal Nacional; 1
8º- O som do silêncio imposto pelo Covid-19;
19º- A voz da Nonna Carmella Maffioletti Nesi rezando a Ladainha de Nossa Senhora em latim;
20º- O canto das cigarras no verão;
21º- O barulho aconchegante de um chuveiro ligado na posição “quente” no inverno;
22º- O som do estouro de um espumante;
23º- O som da Rádio Marconi; 2
4º- O som da Valsa do Imperador de Strauss com os pássaros brasileiros gravados por Johan Dalgas Frisch na abertura da Andorinha;
25º- A algazarra das crianças durante o recreio no Paraíso da Criança;
26º- O Canal 100 no Cine Vera Cruz;
27º- O som dos foguetes nos jogos do UFC no antigo Estádio dos Eucaliptos; 28º- As fanfarras no “7 de Setembro”;
29º- O terço e as orações em latim na voz de Adão Bettiol;
30º- “O Abre Alas” no Carnaval do Rio;
31º- O canto clássico na voz de nosso tenor Aldo Baldin;
32º- A voz do Trombim com a abertura de seu programa com a música “Vaneirinha do Amor”;
33º- A sineta do Rainha do Mundo anunciando o horário das aulas;
34º- O Coral Santa Cecília com suas músicas sacras;
35º- As canções folclóricas nas vozes do “Cantando Si Va”;
36º- As sinetas na hora da Benção do Santíssimo Sacramento;
37º- O som dos bailes dos Cardeais da Colina; 38º- Os “90 milhões em ação”, hino da Copa de 70 no México;
39º- O som da roleta nas festas de Igreja no interior;
40º- A música vencedora de Ayrton Senna do Brasil aos domingos pela manhã;
41º- A vinheta do “Repórter Esso”;
42º- A onda do mar batendo na praia;
43º- A 5ª Sinfonia de Beethoven;
44º- O crepitar do fogo no inverno num fogão à lenha;
45º- O bugio na mata anunciando chuva;
46º- A língua bergamasca;
47- O jogo de truco;
48º- A sinfonia dos sapos nos banhados;
49º- O som da matraca na Semana Santa;
50º- O toque dos sinos num enterro;
51- A abertura do Fantástico;
52- A Zebrinha dos 13 Jogos da loteria esportiva;
53º- O repicar dos sinos numa procissão;
54º - O som dos grilos nas noites de verão;
55º - As vozes dos filhos e dos netos;
56º - O som de um acordeon nos pampas do Rio Grande do Sul;
57º- As bandinhas alemãs do Vale do Itajaí...
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