Apesar dos principais fatores de risco do câncer de cabeça e pescoço - tabagismo, bebidas alcoólicas e infecção pelo Papilomavirus Humano (HPV) - serem conhecidos e potencialmente evitáveis, a doença segue comum, com o agravante dos casos serem descobertos em fase avançada, exigindo tratamentos mais complexos e o envolvimento de diferentes especialidades médicas. No Julho Verde, mês de conscientização sobre esse tipo de câncer, o Grupo Brasileiro de Câncer de Cabeça e Pescoço (GBCP) abraça a causa com uma série de ações reunidas na campanha "Pessoas que Mudam Histórias"
Estamos no Julho Verde, mês de conscientização sobre o câncer de cabeça e pescoço, doença oncológica que reúne diferentes tumores malignos que podem acometer a cavidade oral (boca, lábios, língua, gengiva, assoalho da boca e palato); seios da face (maxilares, frontais, etmoidais e esfenoidais); faringe, nasofaringe (atrás da cavidade nasal), orofaringe (onde estão a amígdala e a base da língua), hipofaringe (porção final da faringe, junto ao início do esôfago), laringe (supraglote, glote e subglote), glândulas salivares e glândula tireoide.
As estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA) para cada ano do próximo triênio (2023-2025) apontam para 41 mil novos casos de câncer de cabeça e pescoço. No Brasil, os tipos mais comuns são os de cavidade oral, nos homens, e de laringe e de tireoide, nas mulheres.
Na região Sul do país, o estado de Santa Catarina lidera as estimativas do INCA em relação ao câncer da tiroide, com 3,28 casos para cada 100 mil habitantes; câncer da cavidade oral, com 8,79 casos para cada 100 mil habitantes; e câncer de laringe, com 3,91 casos para cada 100 mil habitantes. A seguir, as estimativas do INCA para todos os estados da região Sul:
Apesar dos principais fatores de risco do câncer de cabeça e pescoço – tabagismo, bebidas alcoólicas e infecção pelo Papilomavirus Humano (HPV) – serem conhecidos e potencialmente evitáveis, a doença segue comum, com o agravante dos casos serem descobertos em fase avançada, exigindo tratamentos mais complexos e o envolvimento de diferentes especialidades médicas.
Ao evitar os fatores de risco, especialistas alertam que cerca de 40% dos casos poderiam ser evitados. Não fumar, não consumir em excesso bebidas alcoólicas e estar vacinado contra HPV. Por sinal, desde janeiro de 2017, o Ministério da Saúde oferece a proteção de meninos contra o vírus HPV. Essa medida se soma à imunização que já ocorria desde 2014 nas meninas. As vacinas contra HPV protegem contra os dois subtipos do vírus mais associados com câncer. Os HPVs oncogênicos – 16 e 18 – são também prevalentes em tumores de cabeça e pescoço, principalmente de orofaringe.
Campanha do Grupo Brasileiro de Câncer de Cabeça e Pescoço (GBCP)
Alinhado a essa realidade, o Grupo Brasileiro de Câncer de Cabeça e Pescoço (GBCP) realiza neste ano, em alusão ao Julho Verde, a campanha “Pessoas que Mudam Histórias”, chamando a atenção para o papel dos profissionais de diferentes áreas envolvidos no cuidado multidisciplinar ao paciente – além de oncologistas clínicos, cirurgiões de cabeça e pescoço e radio-oncologistas – de especialistas das áreas de Fonoaudiologia, Fisioterapia, Nutrição, Endocrinologia, Estomatologia, Enfermagem, Otorrinolaringologia, Odontologia e Psicologia. Simultaneamente, a campanha também alerta para a importância do diagnóstico precoce.
Ao longo de todo o mês de julho, a campanha do GBCP estará presente na comunicação com a imprensa, nas redes sociais, com lives e podcasts. Serão três lives em julho: a primeira no dia 6, com o tema “Novidades no tratamento de câncer de cabeça e Pescoço”; dia 13 será realizada a segunda com o tema “Nova geração de profissionais da área de câncer de cabeça e pescoço – como se preparar”, às 19h, e dia 20, no mesmo horário, “Desafios no pós-tratamento do paciente com câncer de cabeça e pescoço. A campanha também conta com kit de divulgação, incluindo as peças em diferentes formatos, disponível para download gratuito no site do GBCP.
A importância do diagnóstico precoce
O diagnóstico precoce do câncer de cabeça e pescoço aumenta as chances de sucesso do tratamento e contribui para diminuir sequelas, proporcionando mais qualidade de vida para o paciente. Dados sobre câncer de cavidade oral e laringe do levantamento SEER, do Instituto Nacional de Câncer dos Estados Unidos (NCI), apontam que 86,6% dos pacientes estão vivos cinco anos após o tratamento quando o tumor era inicial, localizado apenas no órgão. Quando a doença se espalha pelos linfonodos a taxa de sobrevida em cinco anos cai para 69,1%. Com doença à distância (metástase) a taxa é de 39,3%. Portanto, é importante estar atento a alguns sinais e sintomas, como:
Ferida na boca que não cicatriza (sintoma mais comum)
Dor na boca que não passa (também muito comum, mas em fases mais tardias)
Nódulo persistente ou espessamento na bochecha
Área avermelhada ou esbranquiçada nas gengivas, língua, amígdala ou revestimento da boca
Irritação na garganta ou sensação de que alguma coisa está presa ou entalada na garganta
Dificuldade para mastigar ou engolir
Dificuldade para mover a mandíbula ou a língua
Dormência da língua ou outra área da boca
Inchaço da mandíbula que faz com que a dentadura ou prótese perca o encaixe ou incomode
Dentes que ficam frouxos ou moles na gengiva ou dor em torno dos dentes ou mandíbula
Mudanças na voz
Nódulos ou gânglios aumentados no pescoço Perda de peso
Mau hálito persistente
São sinais e sintomas que não necessariamente podem estar relacionados a um câncer, mas é importante consultar o médico ou o dentista, principalmente, se esses incômodos persistirem por mais de duas semanas. A confirmação do diagnóstico depende de biopsia.
SOBRE O GBCP - O Grupo Brasileiro de Câncer de Cabeça e Pescoço é uma organização sem fins lucrativos estabelecida por meio da colaboração voluntária de seus membros, profissionais da área da saúde envolvidos na jornada de cuidado do paciente com tumores de cabeça e pescoço. O GBCP é um grupo multiprofissional com a missão de influenciar todo o ciclo de cuidado do câncer de cabeça e pescoço no Brasil, atuando em quatro frentes de trabalho: comunidade geral, cuidados com pacientes e cuidadores, profissionais de saúde e pesquisa científica.
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