ESTAÇÃO METEOROLÓGICA DE URUSSANGA – ANO 100
Em 2003, num 19 de março, assumíamos a Chefia da Estação Experimental da Epagri de Urussanga (EEUR) e lá permanecemos até o ano de 2008. O 11 de dezembro daquele ano iria marcar os 80 anos da Estação Meteorológica de Urussanga.
E as nossas ações nesta área foram a de um olhar para o passado e outro para o futuro. No olhar para o futuro e sua modernidade, com o apoio do gerente administrativo da Epagri, Nazareno Dalsasso Angulski, foi implantada uma estação meteorológica automática.
Com o olhar voltado para o passado, fomos em busca de sua história com aquele olhar clínico. Pesquisadores afirmavam apenas que ela, a Estação, teria tido início em 1924 e nada mais ou muito pouco se sabia. Com o tema em discussão, já na primeira reunião, fomos criticados por alguns colegas pela proposta de resgate histórico e posteriormente ridicularizados naquelas costumeiras saraivas e danças de e-mails (a rede social da época) com egos exacerbados e mentalidade tacanha, tão típicas na unidade naquele início do século XXI.
Com os e-mails ainda hoje devidamente arquivados (em caixas de papel xerox e não na nuvem), observa-se que, pelos textos escritos, alguns se achavam deuses e outros tinham certeza disso. O tempo se encarregaria de colocar tudo em seus legítimos lugares.
Respondi a todos que não apenas resgataríamos toda a história, como também as condições climáticas do primeiro dia. Dito e feito.
Críticas e ironias para a chefia serviam apenas como combustível a ser queimado e com custo zero. A unidade insistia em ser uma ilha na comunidade e a comunidade como tal a reconhecia. Se assim continua, corre o risco de submergir nesses tempos de mar revolto e aquecimento global.
E os dados das condições climáticas do primeiro dia podem ser hoje conferidos e serviram de base para o troféu do evento. Depois de meses garimpando, publicamos um folder recheado de pessoas e seus feitos históricos.
Quem tiver interesse é só solicitar o folder para a Epagri. Obrigado, engenheiro Tasso Crespo de Aquino, Geraldo Simões de Matos, Achiles de Pellegrin, Walmor Bez Batti, Waldemar Fréccia e Pe. Agenor pelas caixas do passado. E assim, em 11 de dezembro de 2003, no período da tarde, foi realizado o evento com a participação do presidente da Epagri, Athos de Almeida Lopes, e do Pe. Agenor já em cadeira de rodas. O dia foi extremamente quente, 100% de mormaço.
À tarde o céu ficou acinzentado, e ocorreu um forte vendaval, raios, trovões e chuva torrencial. A típica “tempesta” de verão, diriam os italianos. Cartazes, faixas comemorativas, materiais e equipamentos e tendas voaram, menos aquela em que o padre estava abrigado, pois Everaldo Biz, José Rebelo Ricardo, Odival Cittadin e Álvaro José Back, um em cada canto, ajudavam a segurá-la para evitar que a mesma alçasse voo. Em seu discurso, Pe. Agenor registrou: “Neste dia em que a nossa estação meteorológica completa 80 anos, Maestrelli, Fontana, a própria natureza enciumada, marcou presença e veio dar o seu show. E que show!” Vinte anos depois, na próxima 3ª feira, mais um 11 de dezembro, e deste modo, estamos chegando ao ANO 100.
Da História
Para alguns historiadores está localizada em Praga, na Tchecoslováquia, no Clementinum College, a estação meteorológica mais antiga do mundo. Ela começou a funcionar em 1772. Já a estação meteorológica mais antiga do mundo, reconhecida pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) fica em Beijing, na China, e foi inaugurada em 1724. ZAMG (Instituição Central para Meteorologia e Geodinâmica), na Áustria, é o centro meteorológico mais antigo do mundo. Foi fundado em 1851. No Brasil, a Central do Serviço Meteorológico iniciou suas observações em 1895 instalada no teto do edifício da Escola Normal da Praça da República, hoje Secretaria da Educação do Estado de São Paulo. A estação de Quixeramobim (CE) foi inaugurada em 1896. Na sequência, as estações meteorológicas de Barra do Corda (MA) e Jacobina (BA) inauguradas em 1912, a de Catalão (GO) inaugurada em 1913, a de Porto Nacional (TO) inaugurada em 1915 e a de São Gabriel da Cachoeira (AM) inaugurada em 1920. A Estação Meteorológica de Urussanga constitui uma história que teve início na localidade de Rio Deserto com a Companhia Carbonífera Urussanga (CCU).
Posteriormente foi remanejada para o Retiro Pamir, atual Parque Municipal Ado Cassetari Vieira e hoje se localiza na Estação Experimental da Epagri.
É a única do estado catarinense que mantêm os registros constantes e nesse período de 100 anos não sofreu nenhuma interrupção na coleta de dados.
PÍLULAS
Não podemos ser como Gabriel e Gabriela, que na “Modinha para Gabriela” de Gal Costa afirma: “Eu nasci assim. Eu cresci assim. E sou mesmo assim. Vou ser sempre assim...” Precisamos mudar, evoluir e vestir o avental do servir. Trecho do sermão do padre na missa do último domingo, no Santuário do Sagrado Coração Misericordioso de Jesus, em Içara/SC.
Como diria aquele: “agora novamente pela segunda vez. Ou “pela segunda vez é um caso inédito”. Isso se denomina de “português torto, atravessado, enviesado”.
Seagro – Sindicatro dos Engenheiros Agrônomos de SC – 40 anos. Foi fundado em Lages no dia 29 de Abril de 1983, num dia de frio, chuva e cerração e nós estávamos lá. O órgão sindical consolidou a classe agronômica em SC e partir dele, a profissão conquistou maior respeito e reconhecimento pela sociedade. O engenheiro agrônomo Ubiratam Latino de Campos, o Bira, falecido em 1998, foi o seu primeiro presidente. Na sequência, os colegas Antônio Augusto da Silva Aquini, falecido em 2020, Valmor Luiz Dall Agnoll, Raul Zucatto, José Salomão Koerich, Jorge Dotti Cesa, Vlademir Gazzoni e Eduardo Piazera, o atual presidente.
“Meu amigo, você não imagina, mas choveu três meses em Santa Catarina” registrou Willi Wrust. E outro afirmou: “só vou voltar a trabalhar quando o tempo melhorar.” Então boas férias e até 2024.
Recentemente no recinto do legislativo urussanguense, um amigo com as iniciais TDN afirmou: “Nesta vida, uns atropelam os outros, outros são atropelados e alguns se auto atropelam.” É vero. Quem está de pé, cuidado para não cair e quem está caído, é imperativo que se levante. Muitos escalam picos com grandes alturas apenas para protagonizarem um tombo maior.
“A cultura tira a gente e a cidade da mesmice” – Maria Alice Júlio Batista, presidente do Conselho Municipal de Política Cultural de Urussanga.
ATTENTI RAGAZZI
E como diria a minha nonna Rosina, 99 anos, lá no denominado “Sul il Monte” em Rio Carvão: “Má Tchérgio, elo quê questo colesterol?
EX-INTERNAS DO PARAÍSO, NOVAMENTE JUNTAS
Nesta sexta-feira 08 de Dezembro, dia da padroeira de Urussanga, está ocorrendo no Paraíso da Criança o encontro das ex-internas que viverão momentos de muitas emoções e recordações. São mulheres de várias localidades de Santa Catarina e fora do Estado que integraram as primeiras turmas do orfanato criado em 1948 pelo Pe. Agenor. Uma ação pioneira, arrojada, de um visionário que fez a diferença para mais de 1.000 crianças órfãs em seus 75 anos de existência. Da agenda do dia, café colonial no Paraíso, missa na Matriz, orações na Capela São José com homenagem póstuma a ex-internas falecidas, padroeiro da instituição, almoço no Centro de Pastoral da Matriz, exibição do vídeo “50 anos de Andorinha Mensageira”. Algumas internas fizeram questão de pernoitar no próprio Paraíso. Um dia para muitos abraços, pois irmãs para sempre todas irão ser e que este momento fortaleça a amizade desta grande família. Marlene Scarpatto, a ex-interna que esteve à frente deste encontro tão esperado agradece a colaboração da Paróquia Nossa Senhora da Conceição, Cáritas, Casa Lar Paraíso da Criança, Rotary Club, Jornal Panorama, Supermercados São Pedro, Restaurante Marias e Rosa, Rádio Fundação Marconi e demais voluntários. Na imagem, Marlene com seu álbum de recordações dos tempos do Paraíso, abrindo com a imagem do Pe. Agenor que no documentário elaborado pela Epagri, Academia de Letras, Jornal Panorama e Rotary Club durante a VII Ritorno Alle Origini de 2001, respondendo a uma pergunta por nós formulada, afirmou: “a maior graça que recebi como Padre em 50 anos foi a de ter passado pelo Paraíso mais de 1.000 crianças órfãs e eu não ter feito o enterro de nenhuma delas”.
Quem começou a semana fazendo festa e cantado canções do século passado foi o amigo Rodolfo Henrique De Bona, também registrado no antigo Cartório de Attilio Damiani como “Ike”, “Tôto”, “Perdigueiro”... Ele cravou 6.9 na certidão de nascimento. Ike na Juventude fez furor. Na década de 60, como integrante dos Cardeais da Colina, reflexo em nossa cidade do “The Beatles e do Rolling Stones”, com sua guitarra arrancada suspiros das “meninas” no então denominado Clube da Colina. Hoje, mais sossegado e caminhando um pouco mais lento pelas ruas, aqui flagrado na Travessa Domingos Rocha, o professor de Educação Física resolveu sair da Praça Anita/Presidente Vargas devido à vida agitada, e segundo o Professor Vicente, também do clã dos “De Bona”, ele, incomodado com o barulho, foi morar nas proximidades do Bairro da Estação, possivelmente de olho na presidência de um dos grupos da 3ª idade lá do Centro Social Urbano do Zé Bis. Ike nasceu no dia de Santa Bárbara, tem pavor de trovoada e popularizou em Urussanga o acessório “pochet” sempre amarrada à cintura, acessório este que teve origem na França.
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