O SHOW DO BUGIO PRÉ- EVENTO DA RITORNO?
Na segunda-feira, dia 17, a Rua César Mariot recebeu a visita de um bugio. É a segunda nos últimos cinco anos. Ele surgiu de repente, passou pela faixa de pedestre em frente aos Correios. Passou pelos telhados de inúmeras residências, dando aquele espetáculo de balé. Passou para os galhos de um flamboyant, da figueira, das palmeiras, dos palmitos, pelo parreiral, alcançou as taquaras, experimentou a água do Rio dos Americanos e acho que não gostou e foi se alojar no mais alto dos eucaliptos da Rua Pedro Damiani. Só depois em seu tour turístico resolveu conhecer a graça da nossa Praça Anita. Deu uma aula de agilidade, destreza, habilidade, velocidade e parecia planar no ar. Foi um espetáculo digno daqueles que os imigrantes devem ter visto milhares de vezes por nossas matas. Até pensei que era algum espetáculo que envolvia algum pré-evento da Ritorno e que havia sido providenciado pelo Dado Savi Mondo, o presidente de nossa festa de maio. Pelo pique do presidente, não dá para duvidar muito.
SÃO EXPEDITO E OS POLÍTICOS
Na última 4ª feira (19), o mundo católico comemorou e reverenciou Santo Expedito, o soldado que abandonou as legiões romanas e o exército de Caesar e optou por se tornar um soldado do Exército de Cristo. Na localidade da antiga Mina Veloso em Rio Carvão, houve missa às 10 horas celebrada pelo Pe. Carminati e churrasco às 12 horas no Salão da Igreja São João Maria Vianney. Seu lema: “Hodie x Cras” – As palavras latinas que significam hoje e não amanhã. Ah! quão bom e quão suave seria para a população se seus políticos adotassem este lema. Mas infelizmente a maioria adota o lema de modo invertido, ou seja: Amanhã e não hoje. Estamos a anos luz dessa realidade, meu irmão, meu primo, meu amigo. Ninguém conjuga o verbo protelar com tanta habilidade quanto o político de um modo geral.
PÍLULAS
Pelo que se observa no plano nacional e internacional, uma ideia começa a ganhar corpo. Já tem internauta sugerindo que Lula deixe o seu vice Alckmin cuidar dos problemas do povo brasileiro e que ele se dedique em tempo integral para viagens e contatos internacionais visando resolver a guerra Rússia x Ucrânia. Dizem alguns e outros não, que seria bom para o país e bom para o mundo. Pois agora? O brasileiro é muito criativo e é dono de humor peculiar.
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), triturado na Era Bolsonaro, triturava o Governo com os dados escandalosos do desmatamento. Agora, da mesma maneira, tritura o Governo Lula. O órgão divulgou que o índice de desmatamento da Amazônia no mês de fevereiro bateu todos os recordes desde o início da série histórica.
Diante de tal realidade ambiental que persiste, indaguei a amiga ambientalista e membro do PT urussanguense, Marlene Zannin, o que teria a comentar? Ela não tem a resposta e disse que se aliava comigo na pergunta às autoridades ambientais, mas arriscou um palpite. É que os órgãos ambientais foram todos desmantelados. Então, que o Lula e a Marina se “aligerem”, porque o tempo “avoa” e as árvores continuam com seus tombos retumbantes. É, entre o “dire e o fare, há um mare”.
Com todo o respeito às ideias do vereador Zé Bis e seu idealismo, como ele desconhece a complexidade da área ambiental, e pela sua formação profissional, nem tem mesmo a obrigação de conhecer, é preciso registrar que por enquanto a recuperação do Rio Urussanga constitui a chamada “uma ponte longe demais”. A solução deste problema não virá com a nossa geração por razões óbvias e de origem econômica, política e técnica. Econômica porque envolve milhões, política porque falta “vôia” e principalmente porque é algo tecnicamente complexo. Por enquanto, não é algo factível. E mais inteligente seria focar recursos para proteger o nosso Rio Maior e as nossas nascentes de água potável. Deixemos os mortos em paz. Deixemos o Rio Urussanga em paz. Deixemos as miragens de lado. Já fui secretário executivo do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Urussanga e como engenheiro agrônomo sei do que estou falando. Por enquanto, mais fácil que recuperar o Rio Urussanga seria o VAR conseguir convencer a Fifa e os alemães a anular a partida inteira de Alemanha 7x1Brasil.
ATTENTI RAGAZZI
Quem já foi presidente da Festa Ritorno Alle Origini ou presidente da Festa do Vinho sabe que há momentos de tensão máxima e que por causa das descargas elétricas e partículas atômicas, o cabelo insiste em ficar de pé. Para evitar tais momentos, o prefeito Luiz Gustavo Cancellier soube escolher os dois presidentes para comandar os eventos deste ano, Everaldo Dado Savi Mondo e Odivaldo Bonetti. Deste mal súbito e passageiro, deste efeito colateral, os dois estão livres por motivos óbvios.
LBA, A NOSSA HISTÓRIA À VENDA
Urussanga insiste em ir apagando a sua história. A sede que abrigou a Legião Brasileira de Assistência (LBA) está à venda. Os nossos representantes políticos de todas as cores não apenas cochilaram durante o expediente. Dormiram e até roncaram. Poderiam ter entrado com um projeto junto ao Governo Federal e tal patrimônio ser repassado ao município. Mas eles ficam tentando agradar o povo com tubos de drenagem, telhado de escola, 1 km de asfalto, 600 metros de lajotas, um carro popular, abrigo de ônibus, caminhão sem peças de reposição, tampas de boca de lobo e outras “cositas mas”. A LBA foi fundada no Governo Vargas em 1942, pela 1ª Dama Darcy Vargas. Qual o urussanguense que até alguns anos atrás não passou por este prédio para uma consulta, para uma vacina, para uma medicação? O local poderia ser transformado num equipamento cultural que contasse a história da saúde urussanguense. Por que não? Os joinvilenses, por exemplo, são bem mais espertos. O Poder Público adquiriu uma construção que vendia bicicletas e acessórios por décadas e a transformou no Museu da Bicicleta e por lá passam centenas de turistas. Joinville tem lastro cultural arraigado. Aqui temos a mesmice arraigada e os exemplos são fartos. Mais fartos que o maná caído no deserto para os hebreus. Símbolos arquitetônicos ou não, para várias gerações vão sumindo. E assim a identidade da cidade e a memória vão sendo apagadas e o vazio sendo preenchido pela mesmice. E o prédio do antigo IAPETC seguirá pelo mesmo caminho? Um escândalo cultural. Acho que caberá à futura Secretaria da Cultura cuidar apenas dos mortos e desaparecidos. Cada vez mais me convenço que realmente a profecia do Padre Marzano está se materializando.
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