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SÉRGIO MAESTRELLI

UM PADRINHO E TANTO!


Valmor Piva, um padrinho e tanto! Zulma Spilere, uma madrinha e tanto! Valmor Piva, digo, João Luís Piva, nasceu em 28 de outubro de 1932 em Pedras Grandes, distrito de Azambuja, berço da imigração italiana em nossa região.

O nome do menino, desejo de sua mãe Rita Ghisi, deveria ser Valmor. Já o pai, Luiz Piva tinha pensamento diverso.

Foi ao Cartório dizendo que iria registrar como Valmor, mas registrou como João Luiz que era o seu desejo. A certidão com o seu segredo foi para a gaveta da cristaleira e lá ficou. E todos chamavam o menino de Valmor. O segredo do verdadeiro nome só foi descoberto pelos demais anos depois. Mas já era tarde. João Luiz era Valmor. João Luiz ficou no papel e no dia a dia, era Valmor. E como Valmor ele veio de Azambuja para Urussanga, onde se tornaria um nome super conhecido com um rol de amigos que a cada dia se ampliava. Tinha uma grande riqueza: uma verdadeira legião romana de amigos. Teve a felicidade de não “colecionar” inimigos. Era uma pessoa agregadora por excelência. De temperamento calmo e paciente, em reunião de amigos, sempre fugia das polêmicas ou encrencas e voltava depois de tudo apaziguado. Valmor Piva tornou-se alfaiate e foi sócio da SOCIR – Sociedade Urussanguense de Comércio, Indústria e Representações LTDA, empresa fundada em 1955 com os sócios: Bruno Renato Mariot, Albino Belloli, Artur Cancellier, Valdir Possamai, Vilmar Nesi, Valmir Nesi, Josué Mariot, João Luiz Piva, Vergínio Maestrelli, Bruno Hilbert, Luiz Simões Matos e Silvino Candiotto. Ela funcionou na Barão do Rio Branco nas décadas de 50/60, fazendo parte desta a legendária Mecânica Urussanguense, Chapeação e Pintura e Confecções de roupas, reunindo mais de duas dezenas de pessoas, entre sócios e funcionários. A empresa adquiriu a 1º máquina elétrica de corte para roupas, tecnologia avançada para a época, nos relatou o jornalista Sérgio Costa. Desse período antigo vem a grande amizade entre ele e meu pai, uma amizade que perdurou até a morte. Durante as orações na Capela Mortuária, minha mente viajou para o passado. E nesta viagem surge uma Kombi azul e branca, adquirida por consórcio mediante lance ou pela sorte no sorteio da famosa bolinha. Valmor circulou com esta Kombi pela cidade e região até que se atingisse os 500 km, marca para a primeira revisão determinada pela Volkswagen. Depois, com seu amigo Hédi Damian, rumou para São Paulo visando efetuar compras. Naquela época, eu faceiro passeava na Kombi a convite de meu padrinho. O padrinho Valmor, já nas décadas de 60/70, implantou em Urussanga o Uber. Na época, os termos utilizados eram “fazer uma corrida”, “fazer uma lotação”. Valmor também se antecipou aos fatos dos dias atuais e implantou a terceirização. Na SOCIR e posteriormente na Confecções Piva, ele desenhava e cortava as peças e a costura ficava a cargo de Nereide Cancellier e de uma das maiores costureiras de Urussanga: Marta Costa, que até hoje não abandonou sua máquina de costura na Avenida Marcos Costa. Recentemente ela ganhou uma nova do filho Vivi. Depois surgiu no mercado a monareta, a bicicleta mais famosa dos tempos de adolescente. Todos desejavam ter uma monareta e o filho Luís Carlos teve uma e nela também pedalamos. A monareta ao lado de uma bola de “pneu”, foi uma das bicicletas mais queridas e desejadas nas décadas de 60/70. Ela era mais que uma bicicleta, era o símbolo da liberdade, da aventura e objeto de consumo em nossa adolescência. Começou a ser fabricada pela Monark, empresa fundada em 1948 em São Paulo, na mais dourada das décadas de nossa história - a década de 60, com The Beatles, Rolling Stones, Jovem Guarda, com o homem na Lua, com a Copa do México, com a magia do Cine Vera Cruz, com o período de namoro no Ponto Chic. E como se esquecer dos bailes de carnaval na Sociedade Recreativa Urussanga? Nesse período, ao afilhado ele costurava fantasia e nos presenteava com máscaras, comuns na época. Em 1971, na formatura do curso de datilografia da Escola Profissional São José com o professor Agenor Bendo, o presente inesperado. Ele confeccionou um terno para a cerimônia de formatura com missa na igreja. Ele dizia: “você está com a vida feita. Com datilografia você vai conseguir um bom emprego no BB ou na CEF”, mas resolvi seguir adiante. BB e CEF não estavam no meu caminho. No dia da formatura com tantos e tantas colegas, somente eu de terno e todos me olhavam. Até que para um certo alívio meu, surgiu também de terno, o amigo Cícero Ghisi. Na mente, também o período em que ele ia de ônibus para São Paulo e voltava com Fuscas para a revenda depois da revisão na Mecânica Maestrelli.(MML). Veio a campanha vitoriosa da Arena em 1976 na condição de candidato a vice-prefeito integrando a chapa com Ruberval Francisco Pilotto. No último ano da administração, assumiu definitivamente como prefeito com a licença do Nini para a campanha de deputado. Nessa campanha, as caçambas, ainda circulando de Santana ao Bairro da Estação, desfilavam com a inscrição “Pilotto – Piva”. Por uma questão de justiça plena, precisamos registrar toda a atenção, o cuidado e a determinação de seu filho Maurício, por estar sempre presente nos últimos anos cuidando de seus pais, já que seu irmão Luiz Carlos residia em Florianópolis. Além de mim, muitos vizinhos deram o seu testemunho deste amor e dedicação de filho para o pai. Dias e noites lá estava o Maurício de prontidão. Foi presença constante e sem limitações em todos os momentos. Maurício viveu com intensidade o preceito do Evangelho que diz: “Estive doente, me visitastes, me cuidastes.” Quando o visitei o padrinho no Hospital Nossa Senhora da Conceição, seu filho Maurício me confidenciou que dois dias antes ele havia dito que não desejava mais um gole de vinho, como era de praxe, apenas pedia água. Era o prenúncio do fim. Ele que tinha verdadeira paixão pela fabricação de vinho e vinagre colonial no Sítio PPR - Pilotto-Piva-Romeu na localidade do Rio Maior. Lá o visitamos muitas vezes em companhia do Novaresi, Benincá, Stevan Arcari, Armando Della Vedova. Sempre saboreando o vinho por ele fabricado, acompanhado de queijo, salame e torresmo. No meio da conversa, o padrinho sumia por alguns minutos e depois voltava ao grupo. Quando ia embora e entrava no carro, garrafas de vinho no banco do caroneiro como presente. Havia, então, entendido perfeitamente o motivo de sua breve ausência. Valmor Piva foi um grande rotariano. Na mesa do clube, nas reuniões semanais, ele era o “Chef”. Na brevidade desta vida terrena, nós estamos sempre nas mãos de Deus. E no dia 5 de abril, aos 92 anos, o Senhor da Vida e da Morte o chamou para si. “A vida é um sopro e numa fração de segundos, tudo se modifica. Deus é brisa. Deus é bálsamo. Deus é solução. Deus é a saída. Um justo sempre estará nas mãos de Deus e nenhum tormento o atingirá. Ele partiu mergulhado na serenidade e na paz. O Senhor é o seu pastor que o conduz. E na Casa de Deus, ele habitará. No céu é a vida plena com Deus,” registrou em sua mensagem o Padre Fernando dos Santos Oliveira. Acreditamos piamente na vida eterna, porque se assim não for, a nossa vida terrena foi ou será uma grande farsa. Virão dias vazios e estradas sem chão. Dias de coração perturbado e alma atormentada para os familiares. A saudade e o vazio na Rua Joaquim Vieira Ferreira foram ampliados. Se Deus fez o homem a sua imagem e semelhança, também deve ter feito o céu e a terra de modo semelhante. Por isso, padrinho Valmor, haverá cantinas no céu para boas conversas. Escrevemos este texto em nome dos familiares e dos amigos do padrinho Valmor Piva. Uma homenagem do Jornal Panorama.


PÍLULAS

  • Antônio Carlos Reis Couto, o mineiro-urussanguense, esteve no programa Conversa no Parque da Rádio Marconi. Alta performance tanto do Antônio Carlos como entrevistado, como do Jair de Ávila como entrevistador. Antônio Carlos, mineiro de Nova Lima/MG, veio à Urussanga tendo como motivo atuar na CCU na área de explosivos. Depois, ele ficou definitivamente não apenas por causa do emprego e do bom salário, e sim por causa da Saletinha Serafin. Ao ouvi-lo, concluí que o meu tempo não poderia ser melhor aproveitado por mim na manhã do último sábado. Urussanga tem grande orgulho de tê-lo em nosso meio, Antônio Carlos.

  • A crônica de Willian Marques intitulada “Boemia” que foi publicada na última edição de Panorama, nos fez recordar o Bar do Salão dos Peregrinos, onde hoje está o Centro de Pastoral da Matriz, que era tocado por algumas meninas do Paraíso no final da década de 60 e início da década de 70. Eram os tempos áureos da Fanta, Crush, Mirinda, Choco Leite, Coca Cola e Pepsi Cola, Soda Limonada Antarctica, Minuano Limão... O Bar foi batizado pelo Padre Agenor com o sugestivo nome de “REFÚGIO DOS PECADORES”.

  • Um puma, animal na classe de vias de extinção, foi atropelado e morto por um carro de funerária em Massaranduba/SC, no Vale do Itapocu, Norte do Estado. O corpo do animal foi cedido pelo IMA à FURB para estudos científicos. Não deixa de ser irônico.

  • Segundo estatísticas, o Brasil possui 30 milhões de descendentes de italianos, sendo um grande percentual no Estado de São Paulo. Cerca de 730 mil possuem a dupla cidadania.

  • Diálogo com uma amiga de escola. Disse eu: “Que bom que nos reencontramos hoje e que conversamos por quase uma hora. Foi bom.” E ela me derrubando do cavalo e da escada disse: “Bom Sérgio? Foi ótimo. Super ótimo.” Então tá.

  • Dizem alguns que as medidas determinadas pelo Governo Italiano, em parte procedem, porque a obtenção da Dupla Cidadania virou banana vendida na feira. Há controvérsias.

  • A expressão italiana “hanno fatto una bruta figura” deu o que falar na história da Associação ProGoethe.

  • Da NASA, a notícia que o asteroide que ameaçava atingir a Terra agora pode acertar a lua. Foi um asteroide que deu o ponto final na vida dos dinossauros, pelo menos é o que diz a ciência. Então se você é visto ou classificado como dinossauro, attenti, porque você corre perigo.

  • “Que bença”, diz o Paiolon sobre as nossas nonas com lenço, avental e lavoro.

  • Fim da gotinha da paralisia infantil. Fim da gotinha da Pólio. Agora, entramos na época da pistola injetável.

  • Vereadora Lete no uso da tribuna se reportou sobre o nosso Muro das Lamentações. Construído com as pedras de arenito da antiga Igreja Matriz, ela registrou a necessidade de uma limpeza e revitalização com pintura, presença de flores e expressões artísticas. A limpeza realmente é necessária, agora pintura e expressões artísticas requerem o crivo do Conselho de Política Cultural para uma melhor análise. O que precisa ser evidenciado no muro é o arenito. Os arquitetos gregos e romanos na Antiguidade já afirmavam que pedra não se pinta.


ATTENTI RAGAZZI

“Dizia meu nonno: discurso curti e salame longhi” Luciano Murer da Associação Trevisana ao receber Moção de Aplausos por parte da Câmara de Vereadores de Urussanga. Conquistou aplausos por parte da Casa e também da plateia presente.

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