Por Marcia Marques Costa
Da história
Na década de 1950, quando a atividade de extração do carvão mineral era parte significativa no contexto econômico regional, fontes de águas termais na propriedade de Alberto de Bona Sartor estimularam a criação de um complexo que contava com um hotel com 50 apartamentos, bar e restaurante, banheiras externas para os hóspedes e também visitantes, capela, chuveirões externos e ainda um lago com uma pequena ilha no meio, onde foi construída uma cabana e também colocadas imagens de gesso com personagens de histórias infantis.
Um pequeno barco fazia a travessia no lago para levar as crianças até a ílha. Posteriormente, por regras de segurança, foi proibido o acesso e na ilha passou a viver um pequeno macaco - o qual também virou atração.
Atualmente, este local pertencente ao município de Pedras Grandes, faz limites com os municípios de Urussanga, Morro da Fumaça e Cocal do Sul. Mas, naquela época, fumacenses e sulcocalenses eram todos urussanguenses, pois seus municípios eram ainda Distritos de Urussanga. Morro da Fumaça emancipou-se em 1962 e Cocal do Sul apenas em 1991.
Situação geográfica, no entanto, era questão sem importância para os moradores de Urussanga e Pedras Grandes, os quais consideravam o complexo turístico um orgulho para a região e tinham carinho especial pelo local.
O Balneário São Pedro, mais conhecido por Águas Mornas, tornou-se referência em bem receber.
Se alguém quisesse conhecer pessoas importantes ou ricas, que podiam pagar pelo alto preço da diária ou da cara refeição no restaurante, o Balneário São Pedro era o local certo.
Alí se hospedavam grandes empresários que vinham a negócios e, por vezes, traziam suas famílias para aproveitar das benécias da preciosa água e sua lama medicinal. Quando o desejo era impressionar, um apartamento no Balneário era a solução.
Mas se você quisesse passar uma tarde de domingo no local sem gastar, também havia essa possibilidade.
Para entrar na propriedade não se pagava nada e, se tivesse coragem de “pagar o mico” passando lama no corpo, podia tomar banho de graça no chuveirão. As crianças e os idosos dominavam o espaço do chuveirão, já os jovens tinham um certo preconceito, achando que era muito “brega” expor-se daquela forma em público.
Havia a alternativa de deliciar-se nas águas minerais pagando por hora de banho, e com preços acessíveis, o espaço em uma banheira em edificação anexa ao hotel. Em dias de muito calor, havia até fila de espera.
Mas, no final de década de 1980, por motivos até hoje não explicados a contento, a estância termal parou de atender ao público.
Da reativação
Desde o ano de 2008 ouve-se falar de uma reativação do Balneário São Pedro, com o proprietário do terreno -Antenor Sartor, anunciando construção de um hotel com 140 apartamentos, restaurante e parque aquático.
Essa semana, novamente o assunto volta a oocupar espaço na imprensa regional com o prefeito de Pedras Grandes - Agnaldo Fillipi manifestando apoio ao projeto da família Sartor, o qual tem uma estimativa de investimento da ordem de aproximadamente R$ 30 milhões e encontra-se nos trâmites burocráticos nos órgãos ambientais para sua liberação.
A iniciativa vem sendo considerada como esperança para retomada de um grandioso projeto turístico que poderá trazer de volta o glorioso passado.
Passado esse que revela a presença do General Ernesto Geisel em 1969, antes de ser Presidente da República, e também do Rei Roberto Carlos, que se hospedou no Balneário São Pedro no ano de 1974.
Nesse mesmo ano, o cantor Roberto Carlos gravou seu primeiro especial de final de ano que, posteriormente, tornou-se tradição na TV Globo.
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