Em reunião recente, a Federação das Indústrias (FIESC) e a SCGás debateram alternativas para ampliar a oferta do suprimento de gás natural para a indústria no curto, médio e longo prazos.
Hoje a Petrobras garante, em média, 2 milhões m³ por dia podendo chegar a 2,1 milhões m³. Mas, recentemente, com a retomada econômica, o estado alcançou um pico de consumo de 2,38 milhões m³ num único dia, informou o presidente da companhia, Willian Anderson Lehmkuhl.
Quando a distribuidora excede os 2,1 milhões m³, pode haver penalidade com a cobrança de sobrepreço no gás. Além disso, há registro pontual de limite de capacidade física de entrega do insumo nos pontos de Nova Veneza e Urussanga. O encontro foi realizado na FIESC, em Florianópolis, e também contou com a participação do presidente eleito da Facisc, Sérgio Alves.
“O estado precisa crescer. Se uma empresa quer expandir sua produção e não tem gás à disposição, pode deslocar o investimento para outro estado. Isso traz prejuízo para o desenvolvimento da economia de Santa Catarina”, afirmou o presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar, que vai debater o assunto com os presidentes das federações industriais do Paraná (FIEP) e do Rio Grande do Sul (FIERGS) para buscar uma solução conjunta para o Sul.
“Quando a gente fala de mercado de gás existem dois: o que já está sendo atendido e o que está na fila esperando para ser atendido, que é o demandante. Muito do que a gente fala aqui atinge de uma maneira mais contida os clientes que já recebem o gás, mas afeta, principalmente, todos que estão na fila”, explicou Lehmkuhl, observando que não há risco de desabastecimento para quem já é cliente, mas que no cenário atual a SCGás não consegue expandir o atendimento para novos consumidores.
Para o curto prazo, a solução que a SCGás está trabalhando é uma chamada pública específica, que será lançada em breve, para injeção de gás natural diretamente na rede de distribuição. O diretor técnico e comercial da distribuidora, Carlos Alberto Chaves Ferro, informou que no cenário para 2025, há projeção de déficit de 600 mil m³ dia. A solução estruturante, para atender o longo prazo, seria uma chamada pública incremental da TBG, empresa proprietária e operadora do Gasoduto Bolívia-Brasil, que abastece Santa Catarina. Essa alternativa pode levar de quatro a cinco anos.
A SCGás informou que em junho, julho e agosto houve forte reação do consumo de gás com entrega de volumes muito próximos do período pré-crise. A indústria responde pela maior fatia de consumo em Santa Catarina (cerca de 80%) e em agosto demandou um volume 7% superior a julho. No mesmo mês, a SCGÁS ultrapassou o número de 300 indústrias abastecidas e chegou a 64 municípios catarinenses atendidos por rede de distribuição ou por meio de outros modais de abastecimento.
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