Assaltos após eventos no interior do município levou organizadores a contratar seguranças para depositar dinheiro em agência bancária
Certamente já foi para o esquecimento ou para o mundo do desconhecimento destas novas gerações, o antigo costume das mulheres agricultoras que enrolavam o dinheiro em um lenço, colocando-o no bolso das rodadas saias longas ou dentro do corpete, antes de virem para o centro da cidade em busca de remédios ou produtos que eram vendidos em armazéns que comercializavam desde velas até tecidos.
Atualmente, com a concorrência entre instituições bancárias oferecendo benefícios, criação de cooperativas de crédito, o advento da internet , o uso de cartões de débito ou crédito e do famoso PIX, poucas são as pessoas que ainda guardam dinheiro em espécie em suas residências e até mesmo em suas carteiras.
Ao invés de esconder o dinheiro em casa ou protegê-lo em um lenço, hoje é preciso ir a uma agência bancária utilizar o caixa eletrônico para retirar cédulas de papel, quando se deseja ir a um local onde a internet e, consequentemente, os pagamentos via aplicativos pelo telefone não funcionam.
E isso acontece para quem vai a uma festa religiosa em homenagem aos padroeiros das localidades interioranas e pretende saborear um bom churrasco com salada. Nesses locais o dinheiro se acumula com as vendas de bebidas, comida, roletas e bingos. O normal era que os fabriqueiros, os responsáveis pelos CAEPs, guardassem os recursos obtidos durante o evento em suas residências até que pudessem se deslocar ao centro da cidade para fazer os devidos depósitos bancários.
Acontece que os amigos do alheio se atentaram para esta oportunidade fácil de roubar até os Santos, sendo que várias ocorrências de assaltos, inclusive a mão armada, foram registradas em Urussanga e região, justamente pelo fator surpresa (ninguém sabe quando e onde os meliantes irão atacar) e a dificuldade de policiamento contínuo em todas estas áreas.
Para resolver este problema, um novo costume vem sendo implantado: a contratação de seguranças especializados que, ao final dos eventos festivos, pegam o dinheiro arrecadado nas capelas e trazem até a agência bancária no centro da cidade para ser depositado.
É um comportamento social que mostra a crescente insegurança pública, capaz de transformar momentos de fé e de confraternização nas comunidades em motivo para preocupação e para contratação de homens armados.
Bons tempos aqueles em que os colonos guardavam dinheiro nos colchões de palha, e o único risco que corriam era de verem a cédulas de papel picadas em ninhos de ratos. Hoje, muitos ratos têm duas pernas, andam ilegal e fortemente armados em veículos potentes, não perdoam igreja ou santo e, pelo que se lê na mídia nacional, são cada vez mais beneficiados pelos discursos de direitos humanos.
Muito diferente de quem não vive no mundo do crime, mas está diariamente preso no temor e na insegurança.
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