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  • Foto do escritorJORNAL PANORAMA SC

MAURO PAES CORREA

Menos “salgado”


O Brasil é mesmo uma terra de oportunidades e desafios. Tenho observado que apesar dos altos preços dos componentes, inflados pelos países do exterior e não necessariamente o valor do dólar, que não está interessante para importação, tem inflacionado o preço de componentes. Então, o que o brasileiro faz? Duas coisas: diminui a margem de lucro para vender (ao meu ver, todo lojista é herói, dá emprego, paga impostos e mantém a roda do dinheiro circulando) e tenta produzir localmente os componentes.

Temos algumas empresas de renome no Brasil que se antes já faziam a fabricação de componentes ainda que em baixa escala por aqui, estão buscando maximizar sua fabricação. É interessante, até pelo fato de que este tipo de ação moderniza o parque fabril e faz com que tenhamos tecnologia de ponta dentro do próprio território nacional.

Outro fato interessante é de que as empresas estrangeiras (algumas), estão optando por vender seus produtos em reais ao invés de atrelá-los a dólares. A debandada de consumidores foi grande, principalmente em relação a busca de importados e procura de bens nacionais, mais em conta, principalmente se é tudo produzido por aqui.

De certa forma a indústria nacional viu-se forçada diante do imprevisto, a este novo cenário, que a médio prazo é bom para o Brasil e consumidores. Se podemos produzir tecnologia, podemos incrementá-las ou até mesmo trazer empresas estrangeiras para o país.

Veja a questão dos smartphones. Até alguns meses atrás ainda não era muito interessante comprar estes equipamentos, pois ainda havia uma clara precificação em dólar. Vendas despencando, solução? Vender em reais, mesmo. Como diz o velho ditado “antes perder um dedo da mão, que toda ela”. Pura verdade. Não dá de desprezar o maior mercado da América do Sul, por mero capricho.

Pena que uma montadora de veículos não pensou desta forma, mas é outra história....


O que ainda está “salgado”


Os itens de reparo e manutenção para automóveis importados, pneus (algumas marcas nacionais, inclusive) e certos componentes de computadores e smartphones. Inclui-se nesta lista também os serviços que são contratados no exterior e que ainda estão dolarizados. Se for possível, contrate serviços no Brasil. Esta dica serve para serviços contratados perante pequenas e médias empresas do exterior.

Já as grandes empresas de tecnologia suspenderam em sua maioria a dolarização de assinaturas e estão mantendo todos os seus planos em reais, pois sua atuação global permite que um país em termos de faturamento, acabe temporariamente absorvendo o prejuízo de outro. É muito melhor ter uma base de clientes fidelizada, que nenhum dinheiro em caixa.

Uma sugestão importante: importe itens apenas se necessário ou indispensável, principalmente se você adora fazer compras em lojas online no exterior. E aos espertinhos que tentam enganar a alfândega, um conselho amigável: a malha fina da receita na alfândega, está cada vez mais aprimorada, com investimentos maciços do governo em tecnologia e inteligência artificial para coibir certas “malandragens’. Importar de forma direta, pode ser um grande “barato” que pode sair caro, pois além de perder o seu dinheiro, você pode ficar sem sua compra, caso não pague o imposto de importação, que é bem salgado. Bom fim de semana!

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