No ano de 1983, quando foi contratado pelo então prefeito Dr. Ado Cassetari Vieira para cuidar do Parque Municipal, José Antônio Magalhães tinha apenas 26 anos.
O terreno com cerca de 8 ha havia sido desapropriado para criação de um complexo cultural e para abrigar o evento que nasceria no ano seguinte -a Festa do Vinho, cuja primeira edição aconteceu no Ginásio Centenário no ano de 1984.
Somente em 1986 é que a Festa do Vinho começou a ser realizada no Parque Municipal, com oito dias de festa e com shows nacionais de Zé Ramalho e a dupla sertaneja Chitãozinho e Chororó.
Foram três anos de melhorias e construções que modificaram totalmente o antigo Retiro Pamir.
Mudanças das quais Magalhães participou sendo o faz tudo da PMU no Parque. Se precisasse buscar algo, lá estava ele de plantão. Capinar, roçar, plantar flores, varrer, pintar, vigiar ou informar quem visitava o local eram tarefas do funcionário de serviços gerais que tornou-se parte da história do Parque Municipal.
Por um período, Magalhães foi transferido para trabalhar na Garagem da PMU, mas acabou voltando para o local que ama para ficar até hoje, quando já sente o que é fazer parte do Grupo da Terceira Idade, com seus 64 anos.
Mas, enquanto muita gente nessa faixa etária se acomoda, Magalhães levanta cedo, coloca seu chapéu de palha e, normalmente, as sete horas já está no Parque para tratar os peixes, gansos e até dos dois cachorros que lá vivem.
“Só de chegar aqui no Parque eu já fico contente. Aqui é um ambiente muito bom, gosto daqui. Tudo o que eu faço aqui me deixa feliz. O Parque é um local onde acontecem coisas boas como as festas do Vinho, a do Ritorno... Tinha o Motovinho, que era muito bom e não sei porque acabou. Agora está meio triste por causa dessa pandemia. Acabaram as festas e até essa gente que promovia eventos está tudo parado. É triste porque as pessoas não podem trabalhar nisso” afirmou Magalhães. Aposentado há cinco anos, ele não pretende parar tão cedo.
“Aqui eu faço o que for preciso. Não gosto de ficar parado e gosto muito do Parque. Então o que eu puder fazer pra ele ficar bonito, eu faço. Vigio, corto grama, planto flor, cuido dos bichinhos e espero continuar por muito tempo” acrescentou o homem que viu a mudança estrutural desse terreno na área central e acredita que esta mudança foi para melhor.
“Mudou bastante o Parque, mas eu acho que foi para melhor. Hoje cada um tem seu local e temos construções muito bonitas. Não só as que foram feitas para o Parque, mas a dos Friulanos, a Casa do Colono e a que está sendo feita agora para colocar a atafona. Aqui são três pessoas trabalhando durante o dia e serviço é o que não falta” explicou Magalhães ao informar que quando é necessário também é chamado para prestar serviços em outros locais da cidade onde a responsabilidade de manter limpo é da PMU.
Para saber o que pensa sobre Magalhães quem trabalha com ele, entrevistamos quem esteve envolvido com esse segmento de cultura e turismo nestas últimas três décadas e hoje está à frente do departamento de Cultura do Município- Nevton Bortolotto.
Segundo Bortolotto, Magalhães é um conhecido desde a época em que iniciou na PMU.
Questionado sobre o que pensava do trabalho de Magalhães, Bortolotto afirmou que ele “ é aquele tipo de cidadão muito simples, honesto, compromissado com o trabalho, tem visão no que faz e tudo o que ele faz , faz muito bem feito. Eu sempre tenho dito aqui no nosso Departamento que eu gostaria que a metade dos servidores, independente das atividades que desempenham, tivessem uma postura e um comportamento como ele tem, o que para nós é um orgulho e uma segurança aqui no Parque Municipal”.
Nesta página da série Nossa Gente Suas Histórias, agradecemos a indicação de pauta do colaborador Amauri Bez Batti e, em especial, registramos o nosso reconhecimento ao cidadão urussanguense que, na simplicidade e na humildade, ajudou a construir esta imagem de grandeza que hoje o Parque Municipal tem.
Parabéns, Guimarães!
Comments