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Itália restringe acesso à cidadania e causa polêmica entre descendentes no exterior

Prefeito de Pedras Grandes quer debate no parlamento italiano dando voz a represenantes eleitos no exterior


Enquanto em Urussanga a italianidade é considerada patrimônio cultural e há quem chore querendo ser considerado um verdadeiro italiano, no solo da pátria dos colonizadores da cidade o movimento governamental parece ser inverso e de afastamento.

Decreto que restringe o acesso à cidadania italiana para descendentes no exterior foi aprovado pelo Conselho dos Ministros em 28 de março, já está em vigor, mas precisa ser chancelado pelos dois ramos do parlamento em até 60 dias para se tornar definitivo.

A mudança pegou todos de surpresa e causou uma verdadeira convulsão junto aos que precisam deste benefício ou aos que estão ligados às Agências de Assessoria buscando documentos e, consequentemente, o seu reconhecimento como ítalo-descendentes.

Autoridades italianas e brasileiras ligadas ao segmento e dirigentes de entidades de representação dos italianos all‘estero estão se movimentando diante desta mudança na legislação.

No entanto, governo de Georgia Meloni conta com maioria no Senado e na Câmara dos Deputados para aprovar o decreto que, daqui por diante, impõe um limite para a transmissão de cidadania por direito de sangue, sendo permitido apenas para quem tem um pai ou um avô nascido na Itália.

A regra vale independente da data de nascimento do ítalo-descendente, porém não afeta processos já em andamento, e deixa bem claro que o objetivo é colocar um freio na explosão de pedidos apresentados ao longo dos últimos anos, sobretudo na América do Sul.


Na região

Com associações de ítalo-descendentes em plena atividade na AMREC, com acordos intitulados Gemellaggio em andamento entre cidades brasileiras e italianas, esta restrição imposta pelo Decreto causou reações de políticos locais. Um deles foi o prefeito de Pedras Grandes - Agnaldo Filippi, município este que recebeu a primeira leva de imigrantes italianos na região no ano de 1887.

Para Filippi, se faz necessário uma união dos políticos no Brasil, exigindo que os eleitos no exterior para o parlamento italiano, representem o desejo dos ítalo-brasileiros na manutenção dos direitos já adquiridos para obtenção da dupla cidadania.

“Acreditamos que a cidadania italiana é mais que um documento: é a continuidade de uma história comum construída com sacrifício, migração e coragem” afirmou Filippi.

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