Amanhecer no primeiro dia de inverno em Urussanga - Foto Panorama
As constantes chuvas das últimas semanas em Urussanga e região estão associadas ao mesmo sistema atmosférico que causou a histórica enchente do Rio Grande do Sul no mês de maio.
A afirmação é do engenheiro agrônomo da Epagri em Urussanga - Márcio Sônego.
Segundo ele, “a chuva volumosa começou a precipitar na última semana de abril e avançou pelo mês de maio, tanto lá quanto aqui em Urussanga, com valores acima de 700 m em muitas cidades do centro e norte do Rio Grande do Sul. Em Urussanga choveu 302 mm em maio de 2024, o equivalente a quase três vezes o que seria o normal (107 mm). Em Canela, na serra gaúcha, choveu cinco meses de maio em um só mês, já que foram registrados 701 mm contra a média histórica de 140 mm. Estes altos volumes de chuvas foram causados por um corredor de umidade vinda da região Amazônica, padrão atmosférico comum em anos de El Niño, o que faz chover mais no Sul do Brasil e chover menos no centro-norte do país. A partir do mês de julho de 2024 o padrão atmosférico vai ter mudanças, pois as águas do oceano Pacífico equatorial estão resfriando a ponto de sair de um El Niño para uma La Niña, e isto em geral reduz a quantidade de chuva na região Sul do Brasil para o segundo semestre do ano. O inverno que começou nesta quinta-feira dia 20 de junho deverá ser mais frio do que foi o inverno de 2023, porque em anos de La Niña as massas de ar polar conseguem alcançar o Sul do Brasil com mais facilidade, ao mesmo tempo em que reduzem o volume de chuvas na região. Portanto, um inverno mais parecido com o habitual inverno, mas ainda com altos e baixos na temperatura, por se tratar de uma La Niña de curta duração e não tão intenso. A última vez que a estação de Urussanga registrou 0°C foi em julho de 2021, além de -1°C em junho de 2016, dois invernos regidos pelo fenômeno La Niña”.
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