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Foto do escritorJORNAL PANORAMA SC

Gestão e sucessão familiar abriram os debates do Simpósio de Bovinocultura



O painel de Gestão e Sucessão familiar abriu os debates do 11º Simpósio Brasil Sul de Bovinocultura de Leite (SBSBL), nesta terça-feira (8).

O evento, junto da 6ª Brasil Sul Milk Fair, encerrou nesta quinta-feira (10), no Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo de Nes, em Chapecó (SC), e reuniu renomados especialistas do setor.

A primeira palestra da programação, com o zootecnista Fernando da Silveira, apresentou o cenário atual das propriedades leiteiras do sul do Brasil e perspectivas. O supervisor técnico da Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Senar/SC no Oeste discutiu possíveis caminhos e tendências para manter as propriedades no mercado do leite de forma eficiente e competitiva.

A pecuária leiteira tem se reconfigurado no estado catarinense. Desde a década de 90, o número de produtores formais encolheu de cerca de 75 mil para 23,6 mil. Em contrapartida, houve um crescimento em produtividade de 360% no mesmo período. “Há vários fatores, como falta de mão de obra, de treinamento e de investimento, que levam à desistência da atividade. Por isso, temos o desafio de trazer assessoria para o produtor, ajudá-lo a trazer um planejamento estratégico para que ele consiga melhorar sua rentabilidade e permaneça na cadeia leiteira”.

Fernando destacou que a bacia leiteira do estado, antes concentrada no Vale do Itajaí, hoje tem o Oeste como principal referência. São pequenas propriedades, pautadas essencialmente na mão de obra familiar. “Se por um lado, esse formato é vantajoso por termos negócios tocados pela família, por outro há dificuldades em mão de obra e gestão, hoje um dos principais gargalos que identificamos”.

Na avaliação do zootecnista, um dos pontos fortes do sul do Brasil é a força do sistema cooperativo e do parque industrial e esse é um diferencial capaz de oferecer condições para as propriedades evoluírem.

“Cooperativas, produtores e agroindústrias devem se aproximar ainda mais, pois um é totalmente dependente do outro. Isso é imprescindível para o setor crescer. Hoje o Senar trabalha, com essas outras entidades, a questão da assistência técnica de uma maneira muito expressiva e esse é um caminho para oportunizar a todos os produtores o acesso a treinamento e planejamento para colocarem sua propriedade na rota da lucratividade. Esse é nosso objetivo. Oportunizá-los a ganhar mais, a crescer e se firmar sem sair da cadeia leiteira”, salientou.

Para complementar as discussões do painel, o doutor em administração Celso Furtado Júnior abordou “Boas práticas de sucesso na gestão da propriedade leiteira: o que as melhores fazendas estão fazendo”.

Celso trouxe cases de propriedades que são referência no setor, apontou exemplos de eficiência e os principais obstáculos da pecuária leiteira. Segundo ele, o Brasil ainda opera com resultados técnicos e econômicos insatisfatórios devido à má alocação de recursos na propriedade. O custo de produção não é muito competitivo, as tecnologias são mal utilizadas e seria preciso um olhar mais detalhado para que esses recursos não fossem subutilizados, além disso, muitas propriedades operam com desperdício de insumos. Há também um grande problema na escalada de produção e, neste sentido, as soluções aplicáveis seriam o aumento do rebanho em lactação nas propriedades, maior produtividade das vacas e melhoramento genético.

“Precisamos nos preparar para responder a demanda de consumo mundial por alimentos e a demanda por lácteos apresenta tendência de crescimento. Nós temos condições de sermos competitivos internacionalmente. Se corrigirmos os pontos de estrangulamento e ganharmos em produtividade vamos pegar esse bonde que está passando”, salientou o zootecnista.

O gerente executivo de Estratégia e Planejamento do Sistema FAEMG/Senar Minas ressaltou como dicas de boas práticas de sucesso na gestão da propriedade a tecnologia, conhecer e acompanhar os números da propriedade, melhorar a alocação de recursos utilizados na produção, investir no melhoramento genético, assistência técnica e gerencial, ter um olho na propriedade e outro no mercado, comprar na hora certa e com melhores preços.

Celso aproveitou para destacar a importância da preocupação com a sucessão familiar. “A sucessão deve ser vista como um processo que se constrói aos poucos e ser feito delegando, estimulando iniciativas, durante reuniões em família e com treinamento em gestão. Devemos incentivar a permanência do jovem e formar uma nova geração de empreendedores do campo, essa é a agropecuária do futuro”, finalizou.


6ª BRASIL SUL MILK FAIR

Mais de 20 empresas participam da 6ª Brasil Sul Milk Fair, evento que acontece concomitantemente ao 11º Simpósio Brasil Sul de Bovinocultura de Leite.

A feira traz produtos, serviços e tecnologias que impulsionam a bovinocultura leiteira. Os expositores são empresas das áreas de aditivos nutricionais, tecnológicos, sensoriais e zootécnicos; insumos agrícolas, como fertilizantes e sementes; nutrição: alimentos balanceados, núcleos, premixes vitamínicos/minerais e ingredientes; saúde animal: vacinas, terapêuticos, profiláticos e melhores de desempenho; distribuidores do setor, além de instituições de ensino e imprensa especializada.

Para estimular a interação entre os participantes, nos intervalos da programação científica do SBSBL, há os “Milk breaks”, onde os congressistas podem degustar alimentos à base de lácteos.

APOIO

O 11º Simpósio Brasil Sul de Bovinocultura de Leite tem apoio da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), do Conselho Regional de Medicina Veterinária de SC (CRMV/SC), da Prefeitura de Chapecó e da Sociedade Catarinense de Medicina Veterinária (Somevesc).

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