Aos 32 anos de idade, a ex-aluna do extinto colégio urussanguense Rainha do Mundo, que cursou Direito na Unesc em Criciúma e Relações Internacionais na Unisul de Tubarão, tornou-se uma advogada, jornalista e comentarista política que já vivenciou momentos importantes para o Brasil trabalhando na Câmara Federal e cumprindo muito bem seu papel no setor de relações governamentais no início da pandemia de Covid-19, fazendo a ponte entre a iniciativa privada e o Congresso Nacional. Seu nome: Karen Moura.
Filha da desembargadora Ana Lia Moura Lisboa Carneiro, que foi juíza na comarca de Urussanga e adotou a cidade como sua terra do coração e aqui mantém sua residência, Karen se lança no mundo político catarinense almejando uma cadeira na Assembleia Legislativa.
Vale registrar que, desde 1946, Urussanga teve representantes eleitos para a AL, sendo que último a ocupar uma cadeira foi Vanderlei Olívio Rosso em 1994.
Na entrevista a seguir, vamos conhecer melhor o pensamento da jovem que deseja trazer de volta o espaço perdido por Urussanga na estrutura política estadual.
Panorama SC: Como surgiu o interesse pela vida político-partidária?
Karen: Eu sempre gostei muito de estudar, porém o interesse em me dedicar ao estudo e entendimento da política brasileira surgiu assim que cheguei em Brasília e comecei a vivenciar a política no meu dia a dia. Conforme o tempo foi passando e eu fui aprofundando meus estudos e meu conhecimento, percebi que o meu propósito ia muito além de ficar apenas nos bastidores, acompanhando. Eu precisava fazer algo para mudar muitas coisas erradas que eu via acontecendo em Brasília, mas eu tinha que começar de algum lugar. Foi quando percebi que, para mudar a realidade política do meu país, eu teria que efetivamente estar na frente do campo de batalha. Obviamente, meu início tinha que ser olhando com carinho para a região que eu passei a maior parte da minha vida. Traçando um paralelo com o livro “12 regras para a vida”, de Jordan Peterson, a regra número 6 diz “deixe sua casa em perfeita ordem antes de criticar o mundo”. Urussanga é minha casa e é pela nossa região que quero começar.
Panorama SC: Que experiências teve neste segmento? E por que o MDB?
Karen: Muitos têm o entendimento de que, para entrar na política, a pessoa precisa primeiro ser vereador, depois tentar uma candidatura a deputado estadual, federal e, de repente, tentar encaixar uma prefeitura no meio do caminho. Eu nunca tive qualquer envolvimento político durante grande parte da minha vida, nem tenho políticos na minha família, com exceção do meu avô materno que era envolvido com a política no RS, mas que faleceu quando eu ainda era criança. Mas, costumo dizer que eu aprendi a política vivenciando a política. Os 4 anos que fiquei em Brasília me proporcionaram um mergulho profundo no sistema político brasileiro. Com emoções e decepções, participando de momentos históricos do país, conhecendo pessoas, políticos e até mesmo o Presidente da República.
A escolha do partido, nesta trajetória, foi o momento mais difícil. O partido é um meio para se atingir um objetivo. A gente precisa dele e, quando se é mulher, ele precisa de você para cumprir uma cota. Eu conversei com inúmeros partidos, quando ainda estava em Brasília, e o MDB foi um deles. Minha conversa foi diretamente com o deputado Celso Maldaner, presidente do MDB de Santa Catarina. Eu bati na porta do gabinete dele em Brasília, apresentei meu projeto (que eu já estava construindo nas redes sociais) e disse que eu queria ter oportunidade de me candidatar e defender meus princípios e bandeiras conservadoras. Foi neste dia, nesta primeira conversa com ele, que eu senti que o MDB seria minha casa. O partido, inicialmente através do deputado Celso e depois seguido de outros membros, me acolheu, acreditou em mim e me deu a segurança que eu precisava para saber que eu estava entrando num partido onde eu não seria apenas um nome para preencher uma cota, mas sim um nome que eles confiam e apoiam.
Panorama SC: Quais são os objetivos na busca de representatividade popular?
Karen: Meu objetivo é levar novamente um representante de Urussanga para a Alesc, para olhar não apenas para o nosso município, mas também para os municípios pequenos do entorno que, na maioria das vezes, só são lembrados às vésperas das eleições. Quero poder continuar o trabalhando que eu já venho fazendo levando as ideias conservadoras para as pessoas, protegendo nossa liberdade de ir e vir, religiosa e de expressão; prezando pela liberdade economia e empreendedorismo; cuidando atentamente da educação das nossas crianças, porque é a formação destas crianças que garantirá um futuro melhor para o nosso país; prezando pelas nossas tradições construídas durante décadas pelos antepassados e garantindo um bom futuro para quem ainda está por nascer; garantindo efetivamente estes nascimentos através de uma agenda contra o aborto; trabalhando pelo direito do homem de bem em poder se defender e defender sua família; e também olhando com atenção para o agronegócio, principalmente com foco nos nossos pequenos agricultores.
Panorama SC: Tem diretrizes para o trabalho parlamentar, direcionadas à mulher e juventude?
Karen: A esquerda agiu através dos jovens por quase duas décadas, doutrinando as crianças e adolescentes nas escolas com o intuito de formar militantes. Precisamos cuidar das nossas crianças, ensinar na escola apenas o que está na grade curricular, sem doutrinação, sem intervenções relacionadas a orientação sexual ou vieses político partidários. Com relação aos jovens, eles serão o futuro do nosso país. Precisamos focar em políticas públicas que auxiliem estes jovens a iniciar a vida, fazer um curso técnico, entrar no mercado de trabalho, iniciar um negócio, aprender a depender o mínimo possível do Estado. Quanto menor a intervenção do Estado, mais liberdade de construir sua própria vida estes jovens terão.
Meu trabalho com as mulheres já vem sendo feito no sentido de resgatar a feminilidade das mulheres e ajuda-las a compreender a realidade sem as lentes maldosas do movimento feminista. Nós, mulheres, precisamos trabalhar em prol da igualdade, não da segregação. O que mais se vê são políticos querendo dividir a sociedades em pequenas minorias, buscando privilégios para uns em detrimento de outros. Entendo que somos todos iguais, homens, mulheres, brancos, pretos, pardos, heterossexuais, homossexuais ou assexuados. Somos todos seres humanos e meu trabalho sempre será pautado na igualdade de todos, não na segregação de poucos.
Panorama SC: Como se sente buscando recolocar o nome de Urussanga novamente no cenário estadual, com representante na AL?
Karen: Sei que tenho um propósito na política e me sinto muito grata de poder iniciar minha jornada retornando à cidade que tão bem me acolheu quando eu tinha apenas 5 anos. Há muito tempo nosso município não possui um representante na ALESC, alguém que se preocupe em desenvolver a região. Somos uma região rica e precisamos de alguém que nos represente e que tenha como objetivo não apenas o crescimento, mas também o resgate da nossa cultura, nossas tradições e nosso protagonismo a nível estadual. Foi por isso que coloquei meu nome à disposição como pré-candidata.
Panorama SC: Que mensagem deixa para os urussanguenses e a população da região?
Karen: A política precisa de renovação, de pessoas que tenham uma bagagem de conhecimento técnico e intelectual para voltar a fazer a boa política. Além disso, a política precisa de pessoas com princípios, pessoas que não negociem seus valores por dinheiro ou poder. Se eu pudesse dar um conselho aos que irão as urnas no ano que vem é: independente de partido político, conheçam seus candidatos. Como diz nossa Constituição Federal, “o poder emana do povo”, e este poder estará nas mãos daquele que escolhemos para nos representar.