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Energia solar por assinatura cresce no Brasil; entenda como esse modelo funciona


Consumidores podem se beneficiar das vantagens da geração fotovoltaica sem precisar investir em sistemas próprios. Em contrapartida, cada vez mais investidores apostam no mercado de fazendas solares para aumentar a oferta



O consumo de energia solar por assinatura cresceu consideravelmente no Brasil nos últimos anos. Segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), cerca de 300 mil consumidores se beneficiam da tecnologia dessa forma - em 2019, menos de 500 usinas eram usadas para atender esses clientes, número que saltou para 7 mil. A vantagem está na possibilidade de usufruir dos benefícios da energia solar, sem precisar investir em sistemas próprios. A economia na conta de luz, nesses casos, pode chegar até 15%. Nesse modelo de geração solar compartilhada, o consumidor final não precisa instalar placas fotovoltaicas em seu telhado, ou ter um espaço em solo para investir em um sistema de geração. Conforme explica Thomas Knoch, CEO do Grupo SV, de Santa Catarina, basta contratar um serviço de assinatura de uma usina construída para essa finalidade. “O consumidor aluga uma fração da energia produzida por uma fazenda solar e recebe créditos, que são abatidos na conta de luz convencional. Funciona da seguinte forma: o titular da usina injeta toda a energia produzida por ele na concessionária local e informa a lista de seus clientes que vão se beneficiar dos créditos gerados na sua fazenda solar. Para isso, todos devem ser atendidos pela mesma distribuidora”, explica o executivo. A geração compartilhada é regulamentada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) desde 2015. Ela favorece também a diversificação da matriz elétrica brasileira, possibilitando que cada vez mais pessoas possam ter acesso à tecnologia fotovoltaica. Segundo Knoch, a modalidade atende ao público que quer aderir às vantagens da energia solar, como a diminuição da conta de luz, mas não quer ou não pode investir num sistema próprio naquele momento. Ainda de acordo com ele, empresas têm se beneficiado bastante dessa modalidade de contratação de energia solar, visto que quanto maior o gasto com a conta de luz, mais perceptível é a economia. Ao recorrer à energia por assinatura, o consumidor paga um determinado valor à usina solar, que corresponde à fração de energia adquirida por ele, e continua pagando a tarifa convencional. Assim como na geração própria, os créditos solares são cumulativos e podem ser utilizados nos meses seguintes pelos clientes finais. A companhia, da qual o executivo está à frente, é especializada na construção de sistemas fotovoltaicos, além de fornecer equipamentos a outros integradores. O Grupo SV, atende principalmente grandes projetos para indústrias e construção de usinas para investidores, que querem locar energia solar para consumidores finais. Em alguns casos, um único investidor constrói uma fazenda solar para atender a um grupo de consumidores. Mas também é possível participar desse tipo de investimento através de cotas. “É um mercado que tem atraído muitos investidores e, dependendo da escolha da empresa responsável pelo projeto, o titular recebe a usina pronta, com todos os trâmites resolvidos com a concessionária de energia e ainda com os consumidores finais no pacote”, explica Knoch.


Por Francieli Corrêa

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