FOTO DIVULGAÇÃO SECOM SC
O dia 27 de outubro ficará na história dos catarinenses como um marco divisório na política, quebrando a hegemonia masculina frente ao Governo do Estado.
Isso porque,na manhã da última terça-feira a vice-governadora Daniela Reinehr tomou posse interinamente da administração estadual em Santa Catarina, após oTribunal Especial de Julgamento ter aceitado a denúncia contra o governador de Santa Catarina, Carlos Moisés da Silva (PSL), no caso do aumento salarial dado aos procuradores do estado em 2019. Com isso, ele foi afastado do cargo por até 180 dias.
Daniela, que também havia sido denunciada acabou sendo absolvida pelo voto do presidente do Tribunal Especial de Julgamento- desembargador Ricardo Roesler, que precisou se manifestar após empate na votação.
Enquanto Moisés fica afastado, o tribunal formado por deputados e desembargadores fará o seu julgamento.
Para entender
O pedido de impeachment feito por deputados tem como justificativa a suspeita de crime de responsabilidade em virtude do aumento salarial concedido aos procuradores do Estado, por meio de decisão administrativa, com o intuito de equiparar o salário deles aos dos procuradores da Alesc. A sessão de votação de impeachment aconteceu na Assembleia Legislativa, iniciando na manhã da sexta-feira 23/10 e se estendendo até às 2h do sábado 24/10, fazendo com que os catarinenses dormissem com um governador e acordassem com uma governadora.
Próximos passos
Além de ser julgado pelo aumento dado aos procuradores, Moisés enfrentará ainda o segundo processo de impeachment.
Este segundo pede o impeachment de Moisés por causa da compra dos 200 respiradores por R$ 33 milhões no início da pandemia de Covid-19, além de outras ações tomadas pelo governo durante a crise de saúde, como a tentativa de construção de um hospital de campanha com 100 leitos, avaliado em R$ 77 milhões e que acabou não se concretizando.