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  • Foto do escritorJORNAL PANORAMA SC

Cooperativismo: a força de SC

Por Luiz Vicente Suzin, Presidente da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (OCESC)


O Dia Internacional do Cooperativismo, comemorado mundialmente no primeiro sábado do mês de julho, oferece a oportunidade para algumas reflexões a partir da experiência barriga-verde. O cooperativismo em Santa Catarina é uma força econômica e social que há mais de 100 anos contribui para a formação da cidadania, o fortalecimento das cadeias produtivas, a dinamização das economias locais e o desenvolvimento dos Municípios. As pesquisas já comprovaram que o índice de desenvolvimento humano (IDH) das localidades onde existem cooperativas atuantes é maior que em outras, aonde a doutrina da cooperação ainda não chegou.

O cooperativismo é um dos aspectos que notabilizaram Santa Catarina no Brasil e no mundo. Como um estado com apenas 1,1% do território nacional e um relevo irregular e acidentado na maior parte da sua superfície territorial conseguiu estabelecer uma estrutura extraordinária de produção e tornar-se grande produtor de alimentos, com reconhecida projeção internacional?

As etnias que colonizaram esse pedaço do Brasil eram vocacionadas para o trabalho e, além disso, vieram com as primeiras influências benfazejas da doutrina cooperativista que surgia no velho continente. O amálgama desses fatores se traduziu em trabalho, persistência e superação, proporcionando ferramentas e ideário aos pioneiros para a superação de obstáculos que a natureza ou o mercado impuseram.

As primeiras cooperativas foram as de crédito, reunindo pequenos capitais de poupadores para o financiamento de empreendimentos locais, irrigando com recursos os pequenos negócios em um tempo em que a presença do Estado era rarefeita e a assistência creditícia só existia nas capitais. As cooperativas financeiras atuaram em total intercooperação com as cooperativas do ramo agropecuário, financiando a construção de agroindústrias, a compra de equipamentos, veículos e insumos, enfim, inaugurando os primórdios do processamento industrial das matérias-primas advindas do campo – grãos, frutas, leite, aves, suínos, bovinos e ovinos.

Até hoje esses dois ramos – crédito e agropecuário – continuam os mais expressivos do cooperativismo catarinense em número de associados (as 65 cooperativas de crédito reúnem mais de 3 milhões de cooperados) e em receita operacional bruta (as 49 cooperativas rurais faturaram R$ 56,5 bilhões em 2022).

As cooperativas acompanharam o aumento da complexidade da sociedade catarinense e brasileira, surgindo novas cooperativas em importantes setores da vida barriga-verde, como nos transportes, na medicina, na infraestrutura, no consumo etc. As cooperativas oportunizaram alcançar múltiplos objetivos.

A partir da experiência de Santa Catarina é possível afirmar que o cooperativismo pode mudar o mundo. A coerência de seus princípios e a eficácia de sua prática testemunham essa assertiva. As cooperativas são organizações humanas inspiradas em princípios da conjugação de esforços com objetivos econômicos. Os sete princípios cooperativos, linhas orientadoras através das quais as cooperativas levam os seus valores à prática, expressam com altissonância sua natureza: adesão voluntária e livre, gestão democrática, participação econômica dos membros, autonomia e independência, educação/formação/informação, intercooperação e interesse pela comunidade.

Centenas de afamadas e reconhecidas marcas que estão no mercado nacional e internacional, aprovadas e valorizadas por milhões de consumidores, pertencem a empresas de natureza cooperativistas que operam em algum de seus ramos.

Como se constata soberbamente em Santa Catarina, o cooperativismo deixou de ser apenas uma doutrina bonita, apurada e reconhecida mundialmente para transformar-se em um grande e eficaz instrumento de transformação da sociedade através da cooperação e da cidadania.

DIA INTERNACIONAL DO COOPERATIVISMO


Cooperativas impulsionam o crescimento econômico e social de SC

Neste primeiro sábado de julho comemora-se em todos os continentes o Dia Internacional do Cooperativismo. Em 1º de julho de 2023 a data será festejada em todo o mundo pela 101ª vez.

Uma força social e econômica que se transformou em uma das locomotivas da economia catarinense, o cooperativismo reúne 3 milhões 909 mil catarinenses e obteve receitas totais, em 2022, da ordem de R$ 82 bilhões e 832 milhões de reais.

O crescimento foi de 21,7% o que representa mais de sete vezes a expansão do PIB (produto interno bruto) brasileiro no período (2,9%).

O levantamento é da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (OCESC) junto às suas 250 associadas em atividade coordenada pelo presidente Luiz Vicente Suzin e pelo superintendente Neivo Luiz Panho.


Um dos dados mais relevantes do levantamento é a expansão do número de associados (cooperados) que cresceu 12% no ano passado com o ingresso de mais 422.788 pessoas. No conjunto, as cooperativas reúnem, agora, 3,9 milhões de catarinenses (3.909.226 pessoas). Isso representa que mais da metade da população barriga-verde está vinculada ao sistema cooperativista.

As que mais atraíram associados foram as cooperativas de crédito que têm atualmente 3 milhões de cooperados, as de infraestrutura que atuam em distribuição de energia elétrica (418.504 pessoas), as de consumo (343.569) e as agropecuárias (81.629). As cooperativas de saúde têm 13.710 associados e, as de transporte, 4.096 cooperados.


As cooperativas do agronegócio foram, novamente, as mais expressivas na geração de empregos diretos e de receita operacional bruta, respondendo por 65% dos postos de trabalho e por 68% das receitas globais do sistema.


As cooperativas de crédito consolidaram duas conquistas: o maior crescimento em receitas totais – 77,3% para R$ 15,4 bilhões – e o maior número de associados, com 3.046.420 catarinenses cooperados. Isso significa que 78% dos cooperados em Santa Catarina fazem parte das cooperativas financeiras.


A carga tributária não poupou as cooperativas. Em 2022 elas recolheram R$ 3,2 bilhões aos cofres públicos em impostos sobre a receita bruta, um crescimento de 26% em relação ao exercício anterior.

O patrimônio líquido, no conjunto das cooperativas, cresceu 18% e atingiu R$ 28,1 bilhões.

Para atender seus associados com ações e serviços de qualidade, as cooperativas mantêm quadros funcionais qualificados. Em 2022 contrataram 7% mais e criaram 5.697 novos postos de trabalho. Juntas, elas agora mantêm 88.466 empregados diretos.

O presidente da OCESC prevê que continuará expressiva a participação das cooperativas nas exportações do agronegócio, que respondem por cerca de 30% do PIB catarinense e por 70% das vendas catarinenses no exterior, decorrente da imensa presença das cooperativas nas cadeias produtivas de grãos, da suinocultura e da avicultura.


DESEMPENHO POR RAMO DO COOPERATIVISMO


As 49 cooperativas agropecuárias reúnem 81.629 associados e 57.376 empregados. Tiveram receita operacional bruta de R$ 56,5 bilhões de reais, um crescimento de 15,7% em relação ao ano anterior. É o segmento mais intensivista em mão de obra; representa 65% dos empregados de cooperativas e 68% das receitas totais do sistema.

O ramo de crédito é formado por 65 cooperativas que somam mais de 3 milhões de associados. Oito em cada dez cooperados em território barriga-verde são associados de uma cooperativa de crédito. Tem 16.534 empregados diretos. A evolução das receitas totais deu um impressionante salto de 77,3% para R$ 15,4 bilhões de reais em 2022.

Fortemente demandado no período da pandemia, o ramo da saúde reúne 30 cooperativas de trabalho médico que mantêm 13.710 cooperados e 8.484 empregados. As receitas permaneceram estáveis em 2022, na casa dos R$ 5,9 bilhões de reais.

As 39 cooperativas do ramo de infraestrutura asseguram o fornecimento de energia elétrica em importantes áreas do território catarinense. Ocupam o segundo lugar em número de associados (418.504), empregam 2.181 pessoas e contabilizaram receitas de R$ 1,6 bilhão, praticamente o mesmo nível de 2021.

As 15 cooperativas do ramo de consumo são formadas por 343.569 associados e mantêm 3.231 empregos diretos. As receitas subiram 5,3% para R$ 1,4 bilhão de reais.

No ramo de transporte, as 41 cooperativas mantêm 4.096 associados e 615 empregados. O faturamento cresceu 27% em 2022 para R$ 1,7 bilhão de reais.

As 11 cooperativas de trabalho, produção de bens e serviços faturaram R$ 26 milhões de reais com 1.298 associados.

As sobras do exercício ficaram na casa dos R$ 3,7 bilhões, variação negativa de -18%. Os ramos com as maiores sobras foram o agropecuário (R$ 1,5 bilhão), crédito (R$ 1,7 bilhão), saúde (R$ 220 milhões), infraestrutura (R$ 138,6 milhões), consumo (R$ 68,7 milhões) e transporte (R$ 27,5 milhões).

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