Uma forte e duradoura onda de calor marcou o mês de janeiro de 2022 nos estados do Sul do Brasil, norte da Argentina e Uruguai. Em Urussanga a onda de calor durou do dia 15 ao dia 26 de janeiro, quando as temperaturas máximas diárias excederam os 35ºC, mas os aplicativos de celulares garantiam que a sensação térmica era bem maior.
Segundo Márcio Sônego, que é engenheiro agrônomo, Dr. e Pesquisador da Estação Experimental EPAGRI de Urussanga, “neste período, a maior temperatura na estação meteorológica da Epagri de Urussanga foi 39ºC nas tardes dos dias 23 e 26 de janeiro. O mês foi marcado também pela predominância do bom tempo, com 15 dias ensolarados, 9 dias meio nublados e apenas 7 dias nublados. As chuvas vieram em praticamente apenas dois eventos fortes, um na primeira semana (dias 5 e 6), e na última semana do mês (dias 26, 27 e 28), com total mensal de 228mm,10% acima da média histórica mensal.
Comparando com anos anteriores, a onda de calor não registrou recorde de temperatura máxima em janeiro, pois a maior temperatura deste mês foi registrada em 1963 com 41,0ºC. Entretanto, uma sequência tão longa de dias acima de 35ºC havia sido registrada pela última vez entre janeiro e fevereiro de 2014.
Para a agricultura o mês trouxe preocupações quanto à estiagem que predominou em todo o Sul do Brasil, mas com menor severidade na região de Urussanga. A safra de uva Goethe pode ter qualidade histórica pelo retrospecto da primavera ter sido de pouca chuva, com predomínio de bom tempo e pouca necessidade de tratamentos fitossanitários. Além disso, a época de colheita em janeiro também foi beneficiada pelo predomínio de bom tempo.
Nas praias do Litoral Sul Catarinense a água do mar estava muito fria, com temperatura média do oceano em torno dos 20ºC. Com isso não fazia tanto calor na praia, o que contrastava com o calor extremo em Urussanga e interior da região.
As projeções ainda apontam para chuvas abaixo da média histórica no Sul do Brasil até o mês de março/abril, por conta do fenômeno La Niña. O inverno 2022 não terá nem El Niño (chuva em excesso) e nem La Niña (falta de chuva), com temperatura média tendendo a ser maior do que no inverno de 2021. E a primavera terá chuvas mais dentro da regularidade.”